Depois de 14 anos de carreira, Pocah finalmente está pronta para lançar seu primeiro disco, “Cria de Caxias“. O álbum conta com três “atos”: “MC Pocahontas“, que marca o início da vida artística da cantora; “Pocah“, que simboliza sua transição para uma fase mais ousada e experimental; e “Viviane” — seu nome verdadeiro —, que revela uma face mais íntima e emocional. Em entrevista ao site IstoÉ Gente, a cantora falou sobre os desafios da nova era.

Segundo Pocah, gravar o ato “Viviane” foi o maior desafio de todo o trabalho. Apesar disso, ele é o seu favorito.

“As pessoas conheceram uma parte da Pocah e uma parte da MC Pocahontas, mas nunca tiveram acesso à parte Viviane. A Viviane é muito família. É mãe, filha, esposa, irmã, amiga… Ela tem suas dores, traumas, lutas e vitórias. Eu nunca abordei esses assuntos na música então foi a primeira vez que abri essa caixinha e transparecer minha vulnerabilidade”, conta.

Durante o ato, a artista aborda, na música “Livramento”, um relacionamento abusivo com episódios de violência doméstica. Ela também fala sobre as pressões externas em sua vida e carreira na música “Nunca Tá Bom”, além de abordar a conquista da maternidade em “Vitória”, faixa que canta ao lado da filha de mesmo nome.

Pocah
Pocah (Crédito:Caio Viegas)

MC Pocahontas

O primeiro ato do álbum relembra o início da carreira da artista, ainda em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Apesar de ter mudado de nome artístico em 2019, Pocah garante que MC Pocahontas “não morreu”.

“Eu sempre digo que a MC Pocahontas não morreu, eu nunca matei ela, ela vive bem linda dentro de mim. E toda vez que musicalmente eu revisito ela, é uma delicia. Tem um mix de nostalgia que é um muito bom, pois foi um período profissional muito bonito da minha vida. A menina que sonhava em ser cantora tendo suas primeiras experiências em shows, programas de TV, músicas estouradas… Ela é muito desbocada e abusada e a gente conseguiu trazer isso novamente”, celebra a ex-“BBB”.

Cria de Caxias

O primeiro álbum marca o início de uma nova era na carreira de Pocah — que, segundo ela, “já é uma era de muito sucesso”.

“Eu esperei 14 anos para poder lançar esse disco e eu sinto que ele veio no melhor momento possível. Vamos lançar as músicas, os visualizers [imagens em looping que fazem parte de videoclipes] e depois vem o show no Rock In Rio, onde todo o conceito do disco vai estar presente. Teremos muito trabalho pela frente”.

Sobre o single mais recente, “Venenosa”, com MC GW e Triz, Pocah avalia: “É uma música que encaixa muito bem no tipo de som que eu quis chegar nesse disco, e ao mesmo tempo é muito atual. Inicialmente seria um funk MTG [funk com trecho de outras músicas famosas] e acabou virando essa música própria, que deu muito certo”.

Rock in Rio

A cantora leva o funk ao Rock In Rio em 20 de setembro, quando se apresentará no palco do Espaço Favela. E as expectativas estão altas.

“Eu fiz, recentemente, uma visita técnica no palco. Tudo ainda está sendo montado, mas ficou tão lindo de ver. Foi emocionante. Finalmente poder botar meus pés na Cidade do Rock como atração é uma vitória em muitos níveis”, comemora Pocah.

E finaliza: “Quando eu era MC Pocahontas, eu jamais pensava que eu estaria lá. Não posso dizer que é sonho realizado pois eu nem ousava sonhar tão alto. Era algo impossível o funk chegar nesse patamar. E estamos aqui hoje!”

Além de sucessos como “Não Sou Obrigada”, “Quer Mais” e “Perdendo A Linha”, a artista promete levar as músicas de “Cria De Caxias” ao palco.