A vitória do São Paulo sobre o Juventude neste domingo, ainda que pela atuação fraca, trouxe novas esperanças ao torcedor tricolor nesta reta final de Brasileirão. Jovens nomes no elenco despontaram e foram colaboradores para construir o triunfo por 2 a 1 na Vila Belmiro, como o caso de Marcos Antônio e Lucca, que entraram vindo do banco de reservas.
Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Hernán Crespo exaltou os jovens jogadores do elenco são-paulino. Porém, o treinador argentino fez questão de deixar claro que eles têm de jogar com liberdade, e não com a responsabilidade de substituir grandes nomes do elenco como Calleri, Oscar e Lucas.
“Eles não têm de assumir nada. Eles têm de jogar livremente porque são jovens”, enfatizou Crespo. “E tentar ajudar. E, talvez com a esperança de serem protagonistas. Não podemos pensar no menino em seu primeiro ano vá ser titular e vá ter de jogar com o peso e a responsabilidade de um grande time como o São Paulo. Eles têm de ser livres.”
“Temos de criar uma estrutura sólida, uma base sólida para entregar a eles a oportunidade para poder demonstrar aquilo que podem fazer. Mas dar a responsabilidade de ser a camisa 10 do São Paulo e titular? Não, não. Podem jogar? Sim, é claro que podem jogar”, completou Crespo, referindo-se a Lucca, Paulinho, Maik, Negrucci e Marcos Antônio, grupo de jogadores que estiveram em campo contra o Juventude e, até outro dia estavam com o time sub-20. “Acho que é um pouco cedo para dar a eles essa responsabilidade.”
A utilização de jovens jogadores vindos de Cotia é não apenas um pedido do torcedor do São Paulo, como uma necessidade do time nos últimos tempos, que vem sofrendo com diversas baixas em razão de lesões. A temporada do São Paulo foi intensa e o próprio Crespo admitiu isso, dizendo ainda que a equipe não correspondeu às expectativas e planos traçados no começo do ano. O técnico analisou que chegou num momento extremamente complicado.
Com apenas o Brasileirão em disputa, o São Paulo terá mais três jogos na temporada: Fluminense (f), Internacional (c) e Vitória (f). Com isso, resta a Crespo ainda ajudar sua equipe a encontrar o gás para a reta final e, quem sabe, realizar o sonho por uma vaga na Libertadores do ano que vem (a depender de alguns resultados).
“Só ser o melhor possível”, respondeu Crespo antes mesmo do repórter concluir a pergunta sobre como está sendo o planejamento para o restante da temporada. “Vamos tentar fazer o melhor possível. Quando acabar a temporada, vamos ver o que fizemos. Muito difícil. Tudo aquilo que foi programado, quando a gente não estava, não aconteceu durante a temporada. Chegamos aqui num momento muito difícil, complicado.”
COBRANÇA DA TORCIDA
Vindo de uma derrota para o rival Corinthians e em retrospecto a todas as frustrações da temporada, o torcedor do São Paulo usou do seu direito de protestar. O presidente Julio Casares foi alvo de cantos e gritos antes e durante a partida na Vila Belmiro neste domingo.
“Muito respeito pelo torcedor”, analisou Crespo. “Ele tem de falar aquilo que sente e a gente tem de aceitar. Neste momento, não pudemos produzir nada. Tudo aquilo que temos no corpo, deixamos ali. É final de temporada. Acho que o jogo 63. Faltam três jogos. Estamos assim”, disse o treinador argentino, passando a mão na cabeça em referência a estar no limite.
“Se chega como se chega. Vamos tentar fazer o melhor possível. Recarregar? Impossível. O que temos, vamos deixar lá dentro (de campo). Muito ou pouco o que temos? Não sei. O que temos, vamos deixar dentro do campo”, finalizou.