Com as projeções para a safra de 2019 sendo calibradas para baixo desde os primeiros prognósticos no fim do ano passado, um crescimento na produção de grãos neste ano, na comparação com 2018, dependerá da segunda safra de milho, afirmou nesta terça-feira, 12, Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mais cedo, o IBGE informou que a safra agrícola de 2019 deverá totalizar 228,8 milhões de toneladas, uma alta de 1,0% em relação ao resultado de 2018, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de fevereiro. Uma alta em relação à produção de 2018 garantiria a segunda maior safra da história, perdendo apenas para a supersafra de 2017.

No prognóstico de fevereiro, o IBGE estima que a safra de milho em 2019 será 9,8% maior do que em 2018, com 89,4 milhões de toneladas. A alta será puxada pela segunda safra, que tem uma previsão de 63,3 milhões, 13,7% acima de 2018.

Com a antecipação do plantio de soja, no fim do ano passado, o período da “janela de plantio” para o milho de segunda safra será maior. Além disso, preços elevados favorecem o investimento por parte dos produtores, lembrou Guedes. A confirmação do avanço, porém, depende do clima, lembrou o pesquisador.

Como visto no LSPA de janeiro, a soja é a principal responsável pela frustração com a safra de 2019 – no fim do ano passado, ainda havia possibilidade de recorde, superando até mesmo a supersafra de 2017.

A seca e o calor elevado no Paraná, em Mato Grosso do Sul e Bahia levaram à quebra da safra de soja. Com grande parte da soja da safra 2018/2019 já colhida, não terá como a produção de soja superar a registrada em 2017 e 2018. A LSPA de fevereiro aponta para uma produção de 113,4 milhões de toneladas de soja este ano, 3,8% abaixo de 2018.

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Ainda assim, a tendência é que a safra de 2019 seja apenas a quarta acima dos 200 milhões de toneladas de grãos, conforme a série histórica do IBGE, iniciada em 1975. Se confirmada a previsão de ligeira alta em relação a 2018, será a segunda maior da história. Dessa forma, o triênio de 2017 a 2019 consolidaria a recuperação em relação a grande quebra da safra de 2016.

“Claro que a expectativa no início da safra é sempre de clima bom mas, na média, sempre tem alguma problema com alguma cultura. O ano de 2017 é que foi atípico”, afirmou Guedes.


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