WASHINGTON E SÃO PAULO, 30 JUN (ANSA) – A lista de grandes empresas globais que anunciaram um boicote ao Facebook não para de aumentar desde a última semana. Nesta segunda-feira (29), foi a vez da Adidas e da Ford entrarem na campanha #StopHateforProfit (‘Pare o ódio pelo lucro’, em tradução livre), e pararem de investir dinheiro em propagandas e postagens na rede social.   

A pressão das companhias atinge, majoritariamente, a rede de Mark Zuckerberg, mas algumas das quase 200 marcas que aderiram também optaram por cortar propagandas no Instagram, que pertence ao Facebook, Twitter e YouTube.   

A ação, iniciada há cerca de 15 dias, quer pressionar a rede social a mudar suas políticas de controle nas postagens, já que consideram que a plataforma faz pouco para impedir a disseminação do discurso de ódio e de notícias falsas. Isso porque os Estados Unidos enfrentam uma eleição presidencial em novembro deste ano em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e aos protestos antirracistas.   

Para a maior parte das empresas, desde a eleição de Donald Trump em 2016, o Facebook pouco fez para impedir a propagação das fake news e dos discursos de ódio – considerados por muitos analistas como fundamentais para a vitória do republicano.   

A situação se agravou quando Zuckerberg afirmou publicamente que era contrário ao controle das postagens dos políticos, como Trump. A fala foi dada após o Twitter começar a notificar postagens do presidente como “conteúdo enganoso” ou que violava as regras de “enaltecimento à violência”. Com a péssima repercussão da fala, até mesmo entre funcionários da plataforma, o Facebook tentou correr atrás do prejuízo e bloqueou propagandas da equipe de campanha do republicano “por violarem nossas políticas”.   

E, para tentar conter a ação das grandes companhias, Zuckerberg até fez uma postagem na última sexta-feira (26) informando que “há três semanas, eu me comprometi a rever nossas políticas por conta das eleições de 2020” e que o “trabalho está sendo feito” pelos funcionários das plataformas. No entanto, o anúncio parece ter dado pouco efeito.   

Além da Adidas e da Ford, entre as principais empresas que anunciaram o boicote estão a Unilever, a Coca-Cola, Honda, Starbucks, Microsoft e Pepsi. Por conta da campanha, as ações da rede social no mercado vem registrando constantes quedas. (ANSA)