Os credores internacionais da Grécia concordaram em pressionar o país para aprovar medidas adicionais de austeridade caso as metas de déficit orçamentário não sejam cumpridas, um movimento que encobre as desavenças entre eles e deve testar a estabilidade do frágil governo em Atenas.

As instituições da União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem retomar as conversas com os dirigentes gregos esta terça-feira, após apararem arestas neste final de semana, em Washington. Ambos decidiram pedir um pacote extra de austeridade de cerca de 2,0% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, ou cerca de 3,6 bilhões de euros.

O pacote seria disparado somente caso a Grécia não atinja as atuais metas nos próximos três anos. No entanto, as propostas apenas aumentam uma lista que já está sendo negociada entre as partes – e que já deve se mostrar um desafio para a coalizão do primeiro-ministro Alexis Tsipras. O governo precisa levar o pacote à votação, mas conta com apenas três votos de vantagem em relação à oposição.

As autoridades gregas estão dispostas a implementar as medidas, que totalizam cerca de 8 bilhões de euros. Eles esperam que, em troca, os credores perdoem parte da dívida da Grécia, um prêmio político que poderia facilitar o governo de Tsipras.

De acordo com uma autoridade do governo, a coalizão de Tsipras, liderada pelo partido de esquerda Syriza, já estava preocupado com as dificuldades de passar a medida no Parlamento. As novas demandas do FMI e da União Europeia podem causar uma revolta entre os gregos, colocando em risco a sobrevivência do governo. Fonte: Dow Jones Newswires.