A Gaia Securitizadora pediu a falência da Urbplan, empresa de loteamento controlada pelo fundo americano Carlyle. No pedido apresentado à 1.ª Vara de Recuperação Judicial de São Paulo, a Gaia diz que a solicitação “não é fundada no inadimplemento de dívida vencida protestada e não paga”, mas “na realização, pelo devedor, que está notoriamente insolvente, de atos de dilapidação patrimonial e fraude contra os credores”. Cabe à Justiça acatar ou não o pedido.

Em junho, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, a Urbplan realizou uma reunião com seus principais credores para renegociar dívidas de cerca de R$ 500 milhões. Nesse encontro, foi proposto um prazo de 10 a 12 anos para pagamento e também pedida a liberação do caixa da companhia. A oferta, porém, desagradou boa parte dos credores, de acordo com fontes. A Urbplan não descarta entrar com pedido de recuperação judicial, caso não chegue a um acordo sobre o assunto.

A empresa de loteamento passa por problemas financeiros por causa da crise, com baixa demanda e altas taxas de inadimplência e distratos, segundo fonte próxima à companhia.

A empresa pertencia originalmente à família Scopel. Em 2006, o fundo americano Carlyle comprou uma fatia do negócio e, em 2013, assumiu o controle. Na época, o fundo havia se comprometido a fazer aporte de R$ 200 milhões no negócio, mas não investiu todo este valor, conforme fontes.

A Gaia argumenta que o Carlyle, além de acionista controlador, também é credor da companhia. A Urbplan foi o primeiro grande investimento do fundo americano no País. A empresa de loteamento tem 84 empreendimentos em 18 Estados e mais de 45 mil terrenos vendidos.

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Entre os credores da Urbplan estão fundos e bancos como JP Morgan, Fator, Cacique, XP e o investidor Flávio Ognibene Guimarães – que compraram Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) -, além do Bradesco, conforme informou o Estado. Boa parte da receita da companhia, oriunda das prestações pagas pelos clientes que compraram os terrenos, está comprometida com os donos desses recebíveis, entre eles a Gaia Securitizadora, que levanta esses recursos no mercado.

Procurado, Walfrido Warde, do Escritório Lehmann, Warde & Monteiro de Castro, que entrou com o pedido de falência, não quis comentar o assunto. Limitou-se a dizer que “o mercado de dívida brasileiro não pode ter sua segurança ameaçada”.

Já a Urbplan informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a companhia não foi citada em relação ao pedido de falência e que se manifestará, se for o caso, quando tiver conhecimento da causa. O escritório E. Munhoz Advogados, que representa o controlador, não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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