(ANSA) – BRASÍLIA, 19 OTT – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos de 8 de janeiro aprovou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 60 pessoas, entre elas seu candidato a vice, general Walter Souza Braga Netto (PL), após uma sessão de 7 horas marcada por duros debates e acusações entre governistas e oposicionistas.
O relatório da senadora Eliziane Gama (PSD), que foi aprovado na última quarta-feira (18) por 20 votos contra 11 e uma abstenção, também pede o indiciamento do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Gama apontou Bolsonaro como responsável “intelectual e moral” dos fatos de janeiro quando milhares de pessoas invadiram os palácios do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF).
A senadora governista prometeu entregar “pessoalmente” o parecer na semana próxima à Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal e ao STF.
“Nosso reconhecimento ao Poder Judicial brasileiro, ao Poder Executivo, do Pode Legislativo e da instituição Forças Armadas, alguns integrantes dessas Forças Armadas tentaram destruir o processo democrático, mas a força das instituições foi maior”, declarou Gama, que denunciou ter sido ameaçada de morte e pediu que sua segurança seja reforçada.
Já a oposição classificou o documento da CPMI como “inconsistente”, acusou Gama de “parcialidade” por não ter indiciado ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao qual acusam de “omissão” frente aos ataques de janeiro. (ANSA).