A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS iniciou na manhã desta terça-feira, 28, sessão para colher o depoimento de Joesley Batista, proprietário da empresa. A oitiva acontece em conjunto com a CPI do BNDES, mas o empresário deverá fazer uso do direito ao silêncio.

Isso porque, em ofício encaminhado à CPMI na quarta-feira, 22, os advogados de Joesley Batista adiantaram que ele ficará calado. Além dele, outras três pessoas convocadas para depor à comissão já ficaram em silêncio desde o início dos trabalhos: Wesley Batista; o advogado Francisco de Assis e Silva e o ex-executivo da J&F Ricardo Saud.

Joesley foi convocado porque é um dos delatores de denúncias que atingiram em cheio o governo Michel Temer. O dono da JBS teria mentido e omitido, no entanto, informações no acordo firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o que levou o ministro Luiz Edson Fachin a suspendeu os benefícios do acordo.

Esvaziamento

Após seguidos reveses, a CPI Mista da JBS sofreu um esvaziamento e deve perder força na sua tentativa de responsabilizar ex-integrantes da cúpula da PGR por irregularidades nas tratativas que resultaram no acordo de colaboração premiada dos executivos da empresa.

A principal derrota foi a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de suspender o depoimento do procurador regional da República Eduardo Pelella, ex-braço direito de Rodrigo Janot, chefe da PGR quando o acordo foi assinado.

Após a decisão, parlamentares passaram a admitir a possibilidade de desistir de ouvir Janot, depoimento inicialmente considerado crucial para os trabalhos da comissão.