A CPI da Covid no Senado deve ouvir nesta quarta-feira (1º) o empresário Marcos Tolentino da Silva, considerado por senadores da comissão como suposto “sócio oculto” da empresa FIB Bank, fiadora da Precisa Medicamentos no acordo para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin pelo Ministério da Saúde.

A comissão apura se a FIB Bank foi utilizada com o intuito de mascarar irregularidades, e se Tolentino é o verdadeiro dono da empresa.

O empresário foi autorizado nesta terça-feira (31) pela ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber a ficar em silêncio durante seu depoimento à comissão.

Segundo Rosa Weber, ele Tolentino tem o direito de não produzir provas contra si mesmo, mas é obrigado a responder perguntas não consideradas incriminatórias, e pode ser acompanhado por um advogado.

O diretor da FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior, prestou depoimento à comissão e não soube explicar com clareza aos senadores as operações da empresa, e se manteve em silêncio quando questionado sobre situações suspeitas apontadas pela CPI.

Ramos Júnior negou que Tolentino seja sócio da FIB Bank, mas o empresário possui email institucional da empresa e procuração de Ricardo Benetti, um dos acionistas da empresa.

Os senadores também suspeitam que Tolentino seja próximo do líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que teve seu nome citado na comissão pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), após o parlamentar ter se reunido, junto com seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, com o presidente Bolsonaro, que teria citado Barros como envolvido no suposto esquema de corrupção no caso da Covaxin.