A CPI da Covid no Senado vai ouvir, nesta quarta-feira (30), o depoimento do empresário Carlos Wizard e deve questioná-lo a respeito da existência de um suposto “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia de Covid-19.

A comissão também deve votar nesta quarta a convocação do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), suspeito de estar envolvido em possíveis irregularidades na negociação de compra de vacinas pelo governo federal.

O nome de Barros foi citado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) na última sexta-feira (25) na CPI como sendo o parlamentar que o presidente Bolsonaro nomeou quando ficou sabendo, pelo próprio Miranda, de uma possível irregularidade em um contrato de compra de vacinas da Covaxin.

Miranda procurou o presidente após seu irmão, o servidor público do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, descobrir as suspeitas de irregularidades nas negociações do imunizante fabricados pela farmacêutica indiana Bharat Biotech e negociados no país pela representante Precisa Medicamentos.

Outra convocação que deve ser votada nesta quarta é a de Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply, que contou à Folha nesta terça-feira (29) que o agora ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias teria lhe pedido US$ 1 de propina para cada dose de vacina que a Davati negociasse com a pasta. O governo foi procurado para negociar com a empresa 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

O Ministério da Saúde anunciou na noite desta terça que decidiu exonerar o diretor de logística da pasta, mas disse que a decisão sobre a exoneração de Dias foi tomada pela manhã.