Dados eletrônicos dos requerimentos apresentados na CPI da Covid, instalada na terça-feira (27) no Senado, apontam que pelo menos 11 requerimentos protocolados por senadores aliados do governo Bolsonaro foram produzidos por funcionários do Palácio do Planalto. As informações são do jornal O Globo e do G1.

A assinatura da assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Governo, Thaís Amaral Moura, consta nos metadados dos requerimentos para que a CPI convoque médicos e especialistas que defendem o uso de remédios cientificamente comprovados como ineficazes contra a Covid-19, além de criticarem o isolamento social no combate à pandemia.

De acordo com o G1, cinco dos 11 requerimentos protocolados por Ciro Nogueira (PP-PI) e seis dos sete protocolados por Jorginho Mello (PL-SC) têm Thaís Amaral Moura como autora.

Em oito dos 11 requerimentos apresentados pelos senadores aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) eles apresentaram pedidos de convocação das mesmas quatro pessoas, especialistas alinhados a Bolsonaro que defendem a hidroxicloroquina e o suposto “tratamento precoce” da Covid, que não existe, e até mesmo uma médica que chegou a ser afastada do hospital Albert Einstein por comparar o medo da Covid-19 à postura das vítimas do Holocausto nazista.

Também consta a assinatura da funcionária do Planalto nos metadados do requerimento do senador Ciro Nogueira para que a CPI convoque o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que vem sendo elogiado nas últimas semanas por Bolsonaro porque, supostamente, daria “liberdade aos médicos” para usar remédios ineficazes no tratamento da Covid.

Ainda segundo o G1, além da apresentação dos requerimentos, o grupo governista na CPI da Covid também atua para tentar retirar o senador Renan Calheiros (MDB-AL) da relatoria da comissão.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias