Raras vezes eu vi alguém tremer tanto na base quanto o amigão do Queiroz tremeu, desde que o ministro do STF Luís Roberto Barroso, atendendo a um pedido de alguns senadores, determinou a abertura de uma CPI para que se investigue possíveis omissões do governo federal no combate à pandemia de coronavírus e suas consequências nefastas.

Perdido, sem rumo, desarticulado nas ideias e nas palavras, o que não chega a ser nenhuma novidade, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais simplesmente foi engolido por suas próprias burrice e trajetória política, ao partir para um ataque virulento, inédito e descontrolado contra um ministro do Supremo.

O devoto da cloroquina exigiu de Barroso medidas que são de competências exclusivas do Congresso Nacional, das assembleias legislativas estaduais e das câmaras municipais de vereadores por todo o País, além de acusar o mesmo de politicalha, demonstrando, além de nítido descontrole emocional e pavor, profunda ignorância sobre o papel das instituições.

Bolsonaro deu declarações tão absurdas, desconexas e desencontradas, que a imagem de pouca inteligência que lhe é atribuída foi imediatamente elevada à burrice extrema. Para piorar, resgatou-se uma entrevista que concedeu em 2007, onde pedia, como parlamentar, ao STF, uma decisão idêntica à tomada por Barroso nesta quinta-feira passada (8).

Nesta mesma entrevista, o maníaco do tratamento precoce questionava o governo: “Por que o medo de uma CPI? Quem não deve não teme”. À época, a oposição ao lulopetismo tentava apurar a responsabilidade da Infraero no acidente com um avião da TAM em São Paulo, e o presidente da Câmara, assim como Rodrigo Pacheco, impedia a abertura da comissão.

Dessa forma, o Bolsonaro de hoje foi confrontado com o Bolsonaro de ontem, e mais uma vez desnudado por fatos reais que insistem em desmentir suas mentiras. Acossado pela história e humilhado pela própria burrice, o marido da receptora de cheques de milicianos demonstra cabalmente toda sua incapacidade e despreparo para continuar na Presidência do Brasil.