Senadores do grupo majoritário da CPI da Covid cogitam a possibilidade de adiar por mais tempo a conclusão das atividades da comissão, por conta da evolução do caso Prevent Senior. As informações são da Folha.

Eles suspeitam que haja relação entre a operadora de plano de saúde com o governo Jair Bolsonaro por conta da implementação do uso do chamado “kit covid”, com remédios sem eficácia contra a Covid-19. Os parlamentarem avaliam que o Ministério da Saúde pode ter utilizado um protocolo da Prevent para incentivar o uso dos medicamentos.

Ainda de acordo com a Folha, os senadores afirmam que a apuração do caso Prevent Senior traz de volta o foco para a atuação do gabinete paralelo da pasta, com um grupo de médicos que assessorava informalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A ligação entre a Prevent e o gabinete paralelo estaria nos médicos Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto. Em sessão na CPI, os senadores exibiram um vídeo em que Zanotto afirma estar desenvolvendo um protocolo para a operadora de saúde, baseado nos medicamentos ineficazes contra a doença.

Segundo o grupo majoritário da CPI, o gabinete paralelo funcionaria com influenciadores como Yamaguchi e Zanotto que disseminavam o chamado tratamento precoce junto com o governo Bolsonaro, enquanto a Prevent Senior seria a instituição que validaria por estudos a eficiência do tratamento.

Outra conexão da Prevent com o gabinete paralelo pode ser o empresário Carlos Wizard. Durante o depoimento do diretor-executivo da operadora, Pedro Batista Júnior, nesta quinta-feira, à comissão, ele foi questionado se fazia parte de um grupo de WhatsApp criado pelo empresário, no qual se discutiriam formas de enfrentamento da pandemia. Batista Júnior confirmou a existência do grupo, que foi adicionado, mas que se retirou rapidamente.