12/01/2021 - 14:49
Começa amanhã (13) o 1° Festival de Cultura Marginal. No total, são nove atrações musicais, que irão se apresentar em formato online, em virtude das medidas sanitárias da pandemia de covid-19. A transmissão poderá ser acompanhada pelo Facebook do projeto Cultura Marginal.
Em entrevista concedida à Agência Brasil, a idealizadora do projeto, a artista Hellen Roots, 20 anos, cujo nome artístico é Medusa Braba, contou que começou a frequentar batalhas de rima, na Baixada Santista, há muito tempo. “Quando comecei mesmo, era criança conhecia um amigo meu era DJ. Ia com amigas para a casa dele e ele deixava gravar rimas, mexer nos equipamentos, fazia beat. Depois, mostrava para ele, que tinha um estúdio. Eu gostava de fazer muita rima e comecei a cantar na igreja. As pessoas gostaram. Aí, comecei a fazer letra”, relembrou.
Segundo Hellen, foi através da música que começou a questionar a desigualdade de gênero, que, ao seu redor, se manifestava como a sobrecarga de tarefas domésticas de mulheres e a violência cometida pelo seu pai contra sua mãe. “Sou MC de funk de favela desde criança, cresci com diversas realidades, diversas pressões que só fui descobrir que eram isso quando já era mais velha. Aí, pensava: por quê?”, disse a artista, que também é uma das fundadoras do Black Panthers Mob e da batalha do Caoz, grupo de rap formado por LGBTI+ da Baixada Santista.
“Comecei a contestar isso da minha forma. Fui conhecendo mais minha ancestralidade e descobrindo que posso mostrar a outras pessoas”, acrescentou.
Também participam do festival a artista 777criminosa, do Caoz, o rapper e compositor Augusto Pakko, a DJ Nicão da BPS, fundadora e produtora da Black Pussy, MC M Lyn, a DJ e artista visual Afreekassia, a DJ Bonekinha Iraquiana e a Batalha da Conselheiro, a primeira a ser realizada semanalmente, na cidade de Santos (SP). O evento é realizado com recursos obtidos pela Lei Aldir Blanc, de incentivo à cultura, e conta com o apoio de Favela Business, Nefertari Braids, Criola Braids e Grape Tv Rap.