A Costa Rica vai indicar Rebeca Grynspan, que dirige a agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), ao cargo de secretária-geral das Nações Unidas, anunciou nesta quarta-feira (8) o chanceler Arnoldo André.
A candidatura da ex-vice-presidente da Costa Rica foi anunciada por André em um ato diante do corpo diplomático credenciado em San José e se soma à candidatura de outra latino-americana, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.
“Acreditamos firmemente que dona Rebeca é a mais capacitada; sua candidatura colocará o país no mais alto patamar”, afirmou o chefe da diplomacia costa-riquenha.
Como chefe da UNCTAD desde 2021, essa economista de 69 anos tem enfrentado grandes ameaças ao comércio internacional, como a mudança climática e os conflitos armados em Gaza e na Ucrânia.
Neste ano, somou-se outra ameaça: a guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode reduzir os níveis do comércio internacional.
Formada em Economia pela Universidade da Costa Rica, Grynspan obteve um mestrado na Universidade de Sussex, no Reino Unido, e ocupou diversos cargos no governo de seu país.
Foi vice-ministra das Finanças, ministra da Habitação e ministra coordenadora de Assuntos Econômicos e Sociais. De 1994 a 1998, foi vice-presidente no governo de José María Figueres.
Também foi secretária-geral Ibero-Americana de 2014 a 2021 e desenvolveu uma destacada carreira na ONU, ocupando altos cargos no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em 2010, foi nomeada secretária-geral adjunta da ONU.
Além disso, integrou o Painel de Alto Nível sobre Financiamento para o Desenvolvimento convocado em 2001 pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Outra latino-americana frequentemente mencionada como possível candidata à ONU é Alicia Bárcena, ex-chanceler do México e ex-secretária executiva da Cepal.
O atual secretário-geral da ONU, o português António Guterres, conclui seu segundo mandato no cargo em 31 de dezembro de 2026.
Desde sua fundação, em 1945, a ONU nunca teve uma mulher no comando e apenas um latino-americano, o peruano Javier Pérez de Cuéllar, ocupou o cargo, entre 1982 e 1991.
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