A Cosan encerrou o primeiro trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 102,2 milhões, um número 74,2% menor que os R$ 395,7 milhões apurados no mesmo período do ano passado. A companhia divulgou, ainda, o lucro ajustado, que no trimestre ficou em R$ 90,6 milhões, recuo de 77,4% na mesma base comparativa.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também foi apresentado pela empresa nos critérios reportado e ajustado. No primeiro, o número ficou em R$ 1,982 bilhão entre janeiro e março, alta de 36,7% na comparação interanual. No critério ajustado, o Ebitda do primeiro trimestre do ano ficou em R$ 1,769 bilhão, alta de 21,1%. Os ajustes excluem efeitos de resultados não realizados na Raízen Combustíveis e Raízen Energia, além de outros efeitos pontuais.

A receita líquida da companhia cresceu 7,2% no primeiro trimestre, na comparação anual, para R$ 18,285 bilhões.

A Cosan investiu R$ 933 milhões no primeiro trimestre, contra R$ 920,6 milhões na mesma base comparativa, um crescimento de 1,3%. Além disso, a empresa queimou R$ 556,3 milhões em caixa entre janeiro e março, ante geração de R$ 1,712 bilhão no mesmo período de 2019.

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 623,2 milhões no trimestre.

A dívida líquida aumentou 5,8% nos três primeiros meses do ano, para R$ 12,276 bilhões. Assim, a alavancagem da Cosan, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, chegou a 1,9 vez no período, contra 2 vezes no primeiro trimestre de 2019.

Neste mês, o banco BTG manteve a recomendação de compra da Cosan e elevou o preço-alvo da ação de R$ 81 para R$ 83. Analistas ressaltaram a diversificação no portfólio, o que diminui os efeitos da crise no setor sucroalcooleiro. Ainda assim, o BTG vê que a recuperação nos preços do açúcar a partir de 2021 vai impactar no mercado de etanol, o que afeta diretamente as operações da empresa.

No comunicado de divulgação de resultados, a empresa afirmou que embora o ano tenha iniciado com uma perspectiva positiva no Brasil, a chegada da pandemia do novo coronavírus alterou as expectativas e prioridades da companhia para 2020. As medidas de isolamento social adotadas em quase todas as regiões do País levaram a uma queda expressiva na demanda por combustíveis, o que diminuiu os volumes de venda e acabou resvalando nas operações da Cosan. Apesar da crise, a empresa se demonstrou otimista com os resultados. “Avaliamos tempestivamente e cautelosamente as necessidades de liquidez e reforçamos nossa posição de caixa nas operações. Essa combinação tem se mostrado vencedora em cenários adversos nos últimos anos e estamos confiantes que superaremos esse também”, afirmou o comunicado.