Corte da Colômbia ratifica liberdade de ex-presidente Uribe enquanto ele apela contra condenação

A Suprema Corte da Colômbia ratificou a decisão que permitiu ao ex-presidente Álvaro Uribe recorrer em liberdade, após ser condenado a 12 anos de prisão domiciliar por subornar testemunhas, anunciou o tribunal nesta sexta-feira (19).

O popular ex-mandatário de direita (2002-2010) recebeu a pena máxima por tentar subornar ex-paramilitares para que o desvinculassem das atividades desses grupos violentos de extrema direita em guerra contra as guerrilhas.

A parte contrária contestou a liberdade provisória concedida pelo Tribunal Superior de Bogotá em agosto. Uribe cumpriu quase um mês de prisão domiciliar e foi monitorado com um dispositivo eletrônico em sua fazenda perto de Medellín (noroeste).

Desde que recuperou a liberdade, Uribe participa de eventos políticos para impulsionar suas forças de direita nas eleições presidenciais de 2026.

A juíza considerou que havia risco de fuga, entre outros argumentos que justificavam sua prisão domiciliar. Mas a Suprema Corte acatou o recurso e Uribe continuará se defendendo em liberdade enquanto aguarda a decisão da segunda instância.

O processo deve ser concluído em outubro, mas Uribe anunciou que renunciará à prescrição do caso mais midiático do século no país. Ele afirma que o julgamento está politizado pressionado pela esquerda, no poder com o presidente Gustavo Petro.

Tudo começou em 2012, quando Uribe denunciou o senador esquerdista Iván Cepeda por um suposto complô para vinculá-lo a paramilitares.

Em uma reviravolta no processo em 2018, a Suprema Corte começou a investigar Uribe por manipular testemunhas para desacreditar Cepeda, hoje pré-candidato às presidenciais.

Uribe, senador na época, renunciou ao cargo e o processo foi enviado ao juízo comum.

A condenação do líder do principal partido opositor Centro Democrático, marcou a corrida eleitoral.

Sua coalizão de direita escolherá um novo presidenciável nos próximos meses, após o assassinato do senador e pré-candidato Miguel Uribe, sem parentesco com o ex-mandatário e favorito nas pesquisas até sua morte.

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