O tribunal de Palermo (Itália) admitiu nesta sexta-feira um erro de identidade no julgamento de um eritreu acusado de administrar uma vasta rede de contrabandistas de imigrantes, um caso que mobilizou a opinião pública.

Detido no Sudão em 2016, Medya Yehdego Mered sempre alegou inocência e reiterou que tinha apenas um nome em comum com o chefe da rede.

O tribunal o condenou, no entanto, por praticar a imigração clandestina, mas foi libertado porque a prisão preventiva cobriu sua sentença.

Em junho de 2016, os promotores de Palermo, que lutam há anos contra as redes de traficantes no Mediterrâneo, ordenaram a prisão de um chefe da organização após anos de investigação.

A prisão foi possível graças à colaboração de vários policiais do mundo, entre eles a polícia do Sudão, que o prendeu e o extraditou para a Itália.

Acusado de ter fretado o navio que afundou em frente à ilha de Lampedusa com mais de 366 pessoas em 3 de outubro de 2013, um dos piores naufrágios dos imigrantes no Mediterrâneo, Mered corria o risco de passar 14 anos na prisão.

No entanto, as imagens transmitidas pela polícia italiana e pelas redes sociais desencadearam uma campanha para que fosse libertado, uma vez que Mered nada tinha a ver com a aparência do temido traficante em questão.

Segundo alguns meios de comunicação, o verdadeiro Mered passou grande parte de 2016 preso em Dubai por uso de passaportes falsos.