ROMA, 15 JAN (ANSA) – A Corte Constitucional da Itália adiou para esta quinta-feira (16) sua decisão sobre a convocação de um referendo para abolir o sistema eleitoral proporcional no país.   

A sentença estava prevista para esta quarta (15), mas outros casos em tramitação no tribunal impediram que o pedido de referendo fosse avaliado. A solicitação já tem o aval da Corte de Cassação, terceira instância da Justiça italiana.   

A convocação da consulta popular é pedida pelas assembleias legislativas de oito regiões governadas pela coalizão de direita, liderada pelo ex-ministro do Interior Matteo Salvini (Liga): Abruzzo, Basilicata, Friuli Veneza Giulia, Ligúria, Lombardia, Piemonte, Sardenha e Vêneto.   

O objetivo da Liga é trocar o sistema proporcional por um modelo majoritário que dê o governo ao partido mais votado, independentemente do percentual. Segundo as últimas pesquisas, a legenda de Salvini venceria eventuais eleições antecipadas, mas com 30% a 35% dos votos, número insuficiente para lhe garantir maioria no Parlamento.   

Com um sistema majoritário, o ex-ministro do Interior poderia alcançar plenos poderes para governar, algo que ele não tinha na aliança de ocasião com o populista Movimento 5 Estrelas (M5S). Para se convocar um referendo nacional na Itália, exige-se um pedido formal de pelo menos cinco assembleias legislativas regionais, e o plano da Liga é fazer a votação na próxima primavera europeia. (ANSA)