A nota enviada anteriormente, no domingo, 5, continha duas incorreções. A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo visitou o sítio localizado em Itaí, e não em Avaré, como havia sido informado. A frase entre aspas que encerra o texto é da biógrafa Virgínia Knabben, e não da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APQC). Segue o texto corrigido.

A pesquisadora e engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi morreu aos 99 anos neste domingo, 5, em São Paulo, em decorrências de problemas cardíacos. Nascida na Áustria e radicada no Brasil desde os anos 1940, trabalhou durante quase 80 com ciência, dedicando-se especialmente à agroecologia, área em que foi pioneira no País.

Ao longo de décadas, a cientista publicou livros sobre agricultura orgânica e sustentável, como o Manejo Ecológico do Solo e Manual do Solo Vivo. O enterro da pesquisadora estava marcado para as 16h30 deste domingo, no Cemitério de Congonhas, na capital.

Em 2012, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo visitou o sítio da pesquisadora em Itaí, no interior paulista, que é descrito como um “laboratório vivo de agroecologia e manejo ecológico dos solos”. O local foi comprado pela pesquisadora nos anos 80, quando estava degradado e infértil, cujas mata nativa e nascentes foram recuperadas nas décadas seguintes.

A trajetória da pesquisadora é contada na biografia Ana Maria Primavesi – Histórias de vida e Agroecologia, de Virgínia Knabben e publicada pela editora Expressão Popular. Parte do material foi publicado em 2019 em um site com o nome da pesquisadora.

Segundo a biografia da pesquisadora, Ana Maria nasceu em 3 de outubro de 1920 em um castelo no distrito de St. Georgen ob Judenburg, na Áustria. Filha de um barão, se formou na Universidade Agrícola de Viena em 1942, logo depois fez doutorado e, durante o período em que trabalhava na Polônia, ajudou na transferência de refugiados judeus durante a 2º Guerra Mundial.

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Ainda de acordo com o livro, a pesquisadora se casou em 1946 com o fazendeiro e diplomata Artur Primavesi, com quem se mudou para o Brasil dois anos depois para lecionar na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O casal chegou a viver também em Minas Gerais e São Paulo.

A morte da pesquisadora foi lamentada especialmente por organizações ambientais e cientistas. “Descansa uma mente notável, uma mulher de força incomum e um ser humano raro”, escreveu a biógrafa Virgínia Knabben.


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