As autoridades colombianas querem organizar um cortejo fúnebre nesta sexta-feira para transportar os 64 brasileiros mortos no acidente aéreo com o voo da Chapecoense, na noite de segunda-feira (madrugada de terça, no horário de Brasília), a 17 quilômetros do aeroporto internacional de Rionegro, nos arredores de Medellín. O plano é colocar cada vítima em um carro, decorado com o escudo do clube catarinense, e fazer uma caravana pela manhã até a base militar, de onde sairá o transporte pelo Brasil.

Segundo a Secretária de Governo do Departamento de Antioquia, Maria Victoria Ramirez, o plano é dar à população uma nova chance de prestar homenagens. “Vimos como foi o ato no estádio, foi muito bonito. Dependendo da velocidade em que os corpos forem liberados, queremos organizar um comboio até o aeroporto, para que os colombianos possam se despedir”, afirmou. Na noite de quarta-feira, no horário em que seria realizada a partida entre Chapecoense e Atlético Nacional, pela final da Sul-Americana, o estádio Atanasio Girardot ficou lotado em uma vigília em memória das vítimas.

A Secretaria de Saúde de Antioquia, departamento cuja capital é Medellín, emitiu comunicado em que confirmou a intenção de realizar o cortejo. De acordo com o órgão, o traslado ao Brasil será por três aeronaves Hércules que estão no momento em Manaus. Esses aviões somente virão para Medellín depois de todo o trabalho de preparo e conservação dos corpos ter sido concluído em funerárias locais.

De acordo com o diretor executivo da funerária, Jorge Escobar, apesar de as 71 vítimas – 64 delas brasileiras – já terem sido identificadas, somente 15 delas saíram do Instituto de Medicina Legal de Medellín para que começassem a ser preparadas para o transporte aéreo e o posterior enterro. “Cada corpo leva aproximadamente seis horas para ser preparado. Temos muito cuidado com a preservação”, explicou.

Pelas estimativas dele, entre oito e nove horas da manhã desta sexta-feira todo o trabalho de preparação será finalizado, assim como a documentação também deve estar concluída. Feito isso, cada corpo será transportado em um veículo diferente ao aeroporto. “Já temos 15 corpos liberados, dez deles de brasileiros. Outros quatro são de bolivianos e outro de um venezuelano, também da tripulação”, contou.