SÃO PAULO, 26 NOV (ANSA) – O corpo da brasileira Jéssica Stappazzollo, assassinada pelo companheiro com 27 facadas em Castelnuovo del Garda, na província de Verona, chegou ao Brasil e foi sepultado no último fim de semana.
A informação foi revelada à ANSA na última terça-feira (25) pela irmã da vítima, Laiza Stappazzollo, que relatou que a família conseguiu trasladar os restos mortais de Jéssica, 33 anos, da Itália para Içara, em Santa Catarina.
O funeral, realizado no último sábado (22) no cemitério do bairro Esplanada, reuniu amigos e familiares, quase um mês após o brasileiro Douglas Reis Pedroso tirar a vida da companheira com 27 golpes de faca ? quatro deles no peito, dois atingindo diretamente o coração ?, causando choque hemorrágico.
Após o crime, a família de Jéssica iniciou uma vaquinha online para arrecadar cerca de R$ 60 mil destinados ao traslado do corpo.
Em declaração à ANSA, o padrasto da vítima, Maurício Donato, criticou a falta de apoio das autoridades brasileiras e a burocracia enfrentada durante o processo, em meio à tragédia.
“É a sensação de ter tudo e perder tudo ao mesmo tempo, perguntas constantes, sem respostas, sem saber o porquê”, afirmou.
Ele destacou ainda que a frustração se soma à dor da perda: “Temos a certeza de que não teremos mais a Jéssica. Não sabemos ainda como conviver com a falta”.
Donato relatou que, além das doações recebidas, precisou aumentar o limite do cartão de crédito e utilizar o próprio salário e o da esposa para cobrir os custos. O traslado era um pedido do pai de Jéssica, que deixa dois filhos – um menino e uma menina – de relações anteriores, que não moravam com ela.
Segundo ele, caso o sepultamento tivesse ocorrido na Itália, “tudo estaria resolvido”, pois a família teria recebido apoio da prefeitura local.
O assassinato ocorreu no fim de outubro, quando Jéssica, de 33 anos, foi morta por Pedroso, de 41, que já estava submetido a medidas cautelares devido a um histórico de violência doméstica ? incluindo a proibição de se aproximar da vítima e o uso de tornozeleira eletrônica.
O agressor foi preso e confessou o crime, afirmando que retirou o dispositivo de monitoramento ? ainda não localizado ? na noite do feminicídio. Ele pode enfrentar prisão perpétua, pena máxima prevista para o crime de feminicídio recentemente tipificado pelo Parlamento italiano. (ANSA).