E, afinal, não foi ‘o maldito câncer’ que o levou. A viúva de Hector Babenco, Bárbara Paz, a quem ele dirigiu no teatro (Hell e Vênus de Visom) e no cinema (Meu Amigo Hindu), conta, entre lágrimas. “Após o procedimento, ele estava feliz. Chegou a cantar tango e a fazer planos. E aí, à noite, o coração o traiu. Depois de lutar tanto contra o câncer, foi o coração que falhou.”

Hector Babenco estava hospitalizado no Sírio-Libanês para um procedimento que nem era complicado. Morreu no fim da noite de quarta-feira, 13, de uma parada cardiorrespiratrória. Mas bem antes disso já havia determinado, diretor que era, como gostaria que fosse seu funeral. “Não queria saber de Câmara nem Assembleia. Queria a Sala Cinemateca, e que fosse uma cerimônia simples, com champanhe e docinhos para os amigos.” O próprio Babenco, grande criador de atmosfera, teria aprovado o clima no grande salão da Cinemateca. É ali que está sendo velado nesta sexta.

Presentes estão, entre muitos amigos e admiradores, o médico Drauzio Varela, o ator Paschoal da Conceição, o senador Eduardo Suplicy, o criador do Festival É Tudo Verdade, Amir Labaki, e a diretora da Mostra de São Paulo, Renata Almeida.

A também diretora de cinema Lais Bodanzky disse que Babenco não era só uma referência profissional. Estava acompanhada pela mãe. “Meus pais eram amigos de longa data do Hector. Eu o conhecia desde pequena. Está sendo uma fase difícil para todos. Muitas mortes, tudo o que está ocorrendo no Brasil e no mundo.” A pedido da família, a imprensa foi mantida à distância. Mas, nos depoimentos, todos os que chegavam ou saíam eram unânimes – “Grande perda”.


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