BOLONHA, 18 NOV (ANSA) – As autoridades médicas da Itália realizam na manhã deste sábado (18) a autópsia no corpo do histórico “boss” da máfia Cosa Nostra, Salvatore Totò Riina, morto na madrugada da última sexta-feira (17) aos 87 anos.   

Riina, que já foi condenado a 26 sentenças de prisão perpétua por conta de diversos homicídios, estava internado na repartição para detentos do centro médico e havia passado por duas cirurgias nas últimas semanas.   

A procuradoria de Parma ordenou que o exame fosse realizado, porque, segundo o promotor Antonio Rustico, a morte ocorreu na prisão e, portanto, exige um rigor nas investigações para a garantia de todos.   

“As condições clínicas do chefe se agravaram nos últimos dias e logo após ele foi transferido do hospital Maggiore para cuidados intensivos, onde permaneceu até a morte. A família de Totó Riina não conseguiu visitá-lo antes de sua morte apesar de receber permissão extraordinária concedida pelo ministro da Justiça”, explicou Rustico.   

Após o término da autópsia, os membros da família poderão fazer a última visita ao corpo, que será enterrado no cemitério de Corleone. Estão presentes no Instituto Médico Legal de Parma a viúva do mafioso, Ninetta Bagarella, e um de seus quatro filhos.   

A data do enterro ainda não foi divulgada, no entanto, nesta sexta-feira (17), o porta-voz da Conferência Episcopal Italiana (CEI), dom Ivan Maffeis, disse claramente que não permitirá que o funeral de Riina seja público. “Isso seria um sinal que pisotearia a memória das vitimas, de todas as pessoas mortas…lembro de [Giovanni] Falcone, de [Paolo] Borsellino, [Rosário] Livatino, mas também dos padres assassinados, como don Puglisi. E, além dos magistrados, as forças de segurança, as tantas pessoas que foram assassinadas”, disse.   

O mafioso, considerado o mais sanguinário das máfias italianas, nunca mostrou arrependimento por seus inúmeros crimes – que somam 26 condenações à prisão perpétua, além de dezenas de outros processos em aberto. (ANSA)