SÃO PAULO, 27 FEV (ANSA) – As autoridades italianas confirmaram nesta quinta-feira (27) que o número de casos do novo coronavírus no país subiu para 650. O país também contabiliza mais três mortes, todas de pacientes idade superior a 80 anos, elevando para 17 a quantidade de vítimas italianas da epidemia. Os contágios se concentram nas regiões da Lombardia (403 casos), do Vêneto (111) e da Emilia-Romagna (97), todas no norte do país. Em seguida, aparecem Ligúria (19), Sicília (quatro) Lazio (três), Campânia (três), Marcas (três), Toscana (dois), Piemonte (dois), Trentino-Alto Ádige (um), Abruzzo (um) e Puglia (um).   

Ao todo, 248 pacientes estão internados, sendo 56 em terapia intensiva, e 284 pessoas estão em isolamento domiciliar.   

Diante disso, foi estabelecida uma “área vermelha”, composta por 11 municípios do norte da Itália. Os moradores não podem deixar a zona, assim como viagens para essas cidades estão sendo desestimuladas. Os 11 municípios em isolamento são: Bertonico, Casalpusterlengo, Castelgerundo, Castiglione d’Adda, Codogno, Fombio, Maleo, San Fiorano, Somaglia e Terranova dei Passerini, todos na Lombardia, e Vo’, no Vêneto.   

Sendo o terceiro país com o maior número de contágios, atrás da China e da Coreia do Sul, cidadãos italianos e turistas estrangeiros têm ficado em dúvida sobre as recomendações para viagens. Confira como está a situação atualmente na Itália: Transportes: As linhas de trem e voos domésticos que ligam o norte ao sul da Itália funcionam normalmente neste momento.   

As empresas Trenitalia e Italo, por sua vez, decidiram adotar medidas de precaução e seus funcionários de bordo estão vestindo máscaras. Também foram colocados pontos de gel desinfetante para as mãos nos vagões e controles sanitários pelos trens. Essas medidas têm gerado eventualmente atrasos e problemas nas estações.   

As duas companhias também estão dispostas a reembolsar clientes que adquiriram um ticket até o dia 23 de fevereiro e que desistirão de viajar devido ao surto do novo coronavírus.   

Pontos turísticos: Desde a semana passada, quando os casos de contágio do novo coronavírus começaram a subir exponencialmente na Itália, estabelecimentos turísticos e comerciais foram obrigados a alterarem seus horários de funcionamento ou chegaram a adotar medidas unilaterais. A Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra da Itália determinou hoje o fechamento provisório de todas as catacumbas passíveis de visitação ao público no Lazio, na Sicília, na Toscana e na Sardenha.   

Na Ligúria e na Lombardia, missas e celebrações religiosas estão sendo transmitidas via internet. As audiências do papa Francisco, no Vaticano, continuam ocorrendo, mas é perceptível a redução no público. Na Lombardia e no Vêneto, há discotecas, escolas, museus, shows, cinemas e celebrações canceladas, incluindo o Carnaval de Veneza e as apresentações do Teatro La Fenice. Nas duas regiões, é possível notar um fluxo menor de turistas e pessoas pelas ruas.   

A Catedral de Milão, que estava fechada desde o último domingo (23), será reaberta ao público nesta sexta-feira (26), mas os ingressos serão vendidos somente pela internet, ou seja, as bilheterias físicas continuarão fechadas. Os bares da Lombardia estão autorizados a funcionar depois da 18h locais, porém o atendimento só pode ser feito nas mesas dos clientes, e não nos balcões, para evitar aglomerações. Aulas de escolas e universidades foram suspensas temporariamente em várias cidades italianas e devem retornar somente em março.   

Nas modalidades esportivas, os jogos e competições estão ocorrendo de portas fechadas, sem a presença dos torcedores. No Piemonte, há a recomendação de que matrimônios e velórios também ocorram sem aglomerações.   

Porém, como a situação está em constante atualização, é possível haver mudança em alguma medida a qualquer momento. Cancelamentos: De acordo com o Procon, as companhias áreas e as agências de turismo com sede no Brasil têm obrigação de negociar uma alternativa ao consumidor, como uma restituição imediata do valor pago ou disponibilizar outras opções de viagens. Mas, se o turista tiver adquirido um pacote ou um produto diretamente de empresas com sede na Itália, as regras brasileiras não valem.   

(ANSA)