A chegada da Covid-19 ao Brasil, com um número crescente de casos e mortes, mobilizou entidades de todo País para arrecadar doações e ajudar diversas comunidades carentes. Elas concentram as pessoas mais vulneráveis, que sofrem com a falta de água e não possuem itens de higiene, como sabão.

Uma dessas organizações é a Central Única das Favelas (CUFA), presente em 412 cidades de todo o Brasil. Segundo Celso Athayde, fundador da ONG, diversas empresas têm colaborado com doações, como a JBS, que doou 30 toneladas de picanha; a Natura, que ofereceu 504 mil kits de sabonete; e a Ambev, com a doação de 60 mil garrafas de água, entre outros parceiros.

A organização lançou nesta sexta-feira (3) o programa “Mães da Favela”, em parceria com a PicPay, que consiste no pagamento de R$ 120 por mês para mulheres da comunidade. Celso explicou que as mães foram escolhidas por serem elas as responsáveis pela gestão da casa e o cuidado com os mais velhos.

Segundo Celso, são 15 mil mulheres que vão ser beneficiadas neste início do programa por dois meses, mas a expectativa é que esse número já seja ampliado este mês para 100 mil mães. Para receber o pagamento, uma empresa desenvolveu uma tecnologia para que as mães possam receber através da leitura facial.

Para garantir a transparência do programa, a organização contratou uma empresa de auditoria e criou um conselho financeiro com as dez primeiras empresas que doarem para fiscalizar a aplicação das doações. Pessoas físicas podem doar qualquer valor no site da CUFA e no site do projeto.

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Ação da Cidadania distribui cestas básicas

Outra importante organização envolvida nessa corrente de ajuda é a Ação da Cidadania, fundada em 1993 pelo sociólogo Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, com o objetivo de combater a fome a miséria. A ONG, que já tinha se engajado na distribuição de alimentos para os atingidos pelas chuvas no sudeste, continuou uma campanha de arrecadação para levar alimentos para os mais atingidos pelo novo coronavírus, em parceria com o iFood, a AME Digital, o movimento de filantropia Bem Maior e a rede Benfeitoria, entre outras empresas.

São distribuídos kits de cesta básica para cada família, com 10 kg de alimentos, incluindo arroz, feijão, farinha, macarrão, açúcar e  óleo, além de dois sabonetes. Segundo Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, vai ser criado um kit de higiene, com papel higiênico, pasta de dente, desinfetante e mais sabonetes.

Kiko Afonso disse que pretende continuar este projeto inicialmente até maio, com a possibilidade de estender até o fim do ano. “Nunca vimos nada parecido com o que estamos presenciando. Por isso, precisamos agora, por conta do novo coronavírus, agir mais do nunca. Por conta da nossa escala, cada real significa um prato de comida na nossa campanha”, disse.

É possível fazer as doações pelos aplicativos do iFood e da AME Digital, sem necessidade fazer alguma compra, além do site da Benfeitoria, onde é possível depositar qualquer valor, ou mesmo fazer depósito em conta. Até o momento, foram arrecadados R$ 2 milhões de doações, mas a meta é arrecadar R$ 25 milhões para atender 100 mil famílias. Para mais informações, acesse o site da ONG.

Conheça outras organizações que têm arrecadado doações:

A Rede Gerando Falcões abriu um fundo emergencial  garantir alimentação nas periferias e favelas de São Paulo.

A XP lançou a plataforma “Juntos Transformamos” para reunir doações para a compra de cestas básicas, que serão repassadas para famílias em situação de vulnerabilidade social.

Projeto Fogão na Rua distribui refeições, produtos de higiene, cobertores e roupas para moradores de rua e álcool em gel.

A UNICEF Brasil está fazendo a intermediação entre empresas e pessoas físicas que querem doar itens de saúde e higiene e as comunidades mais pobres e vulneráveis do Brasil.

O grupo G10 das Favelas, que reúne lideranças de diversas favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo, como a Rocinha e  Heliópolis, lançou uma campanha virtual para comprar itens de higiene e mantimentos para profissionais autônomos das favelas que ficarão sem trabalhar no período da pandemia.

A UNEAFRO está doando kits de higiene para  famílias das comunidade do Rio de Janeiro e São Paulo.

A Redes da Maré está arrecadando mantimentos e valores em dinheiro para ajudar moradores mais vulneráveis do complexo de 16 favelas que formam a Maré, no Rio de Janeiro, com cerca de 140 mil pessoas.

O Instituto Ekloos, Instituto Phi e o Banco da Providência lançaram a campanha #RioContraCorona com o objetivo de minimizar o impacto do coronavírus nas principais comunidades do Rio de Janeiro.

O Movimento Bem Maior, o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) e a BSocial criaram o Fundo Emergencial para a Saúde para compra de suprimentos e equipamentos para instituições do sistema público de saúde, como Fiocruz, Santa Casa de São Paulo e Comunitas.