Os dirigentes do Coritiba e os atletas do Avaí não esconderam a sua frustração neste domingo depois de serem rebaixados para a Série B, após decepcionarem na 38.ª e última rodada do Campeonato Brasileiro e não cumprirem os seus objetivos.

Em 17.º lugar com 43 pontos, os mesmos do Vitória, que escapou do rebaixamento, o Coritiba se livraria caso empatasse com a Chapecoense, fora de casa. Mas levou um gol nos acréscimos e perdeu por 2 a 1. Triste com o resultado, a diretoria publicou uma nota oficial no site oficial para se desculpar com o torcedor. O texto é assinado pelo presidente do clube, Rogério Portugal Bacellar.

“À torcida do maior campeão do Paraná, nossas desculpas”, começou o texto, antes de acrescentar. “Ainda que não reflita as convicções e o nosso desejo de um time campeão, a atual queda de divisão do Coritiba no futebol brasileiro é resultado das ações em conjunto de todos os responsáveis da diretoria, comissões técnicas e atletas. Não houve, em nenhum momento nestes três anos, falta de empenho, envolvimento e responsabilidade por nossas ações”.

A nota ainda faz uma comparação com os outros dois rebaixamentos da era dos pontos corridos, em 2005 e 2009. Neste último, aliás, a torcida invadiu e detonou o estádio Couto Pereira após o empate por 1 a 1 com o Fluminense, que resultou na queda.

“As razões de queda não podem ser vistas superficialmente, resumidas em declarações, ações pontuais, culpa de uma ou de outra pessoa; não deveria ter sido assim em 2005 ou em 2009. Como nestas ocasiões, a queda foi resultado de uma lógica complexa, carregada de condições típicas deste esporte, de nosso clube”, acrescentou. “Uma oscilação resultante da dinâmica histórica, da lógica financeira, de capital político e da aplicação de conhecimento a qual dirigentes eleitos (os ditos amadores) devem ser responsabilizados junto com aqueles que executam a atividade fim: entrar em campo”.

Apesar de assumir a responsabilidade e assegurar que levará a “marca para sempre”, a diretoria pondera: o Coritiba não irá parar. “Em uma semana, o clube passará por uma eleição e nela será fundamental a participação dos sócios analisando, compreendendo, discutindo e separando discursos eleitoreiros daquilo que realmente se aplica à realidade deste esporte. Erros e acertos continuarão acontecendo. Resta a maturidade para entendermos nosso papel e como deveremos andar por nossos rumos”.

CABEÇA ERGUIDA – Rebaixado depois de empatar com o Santos por 1 a 1, no estádio da Vila Belmiro, em Santos, o Avaí deve lamentar o rebaixamento, mas ficar de cabeça erguida pela postura combativa. Foi, ao menos, o que garantiu o meia Marquinhos. “A gente lutou até o fim. Faltou aproveitar as oportunidades, mas não vamos colocar a culpa nessa partida. Saímos de cabeça erguida”, garantiu o meia. “Sabemos que machuca bastante para o torcedor, mas esse ano a gente cai com os pés no chão, sabendo que optamos por pagar o que devemos para botar o clube em dia”.

O caminho agora, segundo ele, é trabalhar para garantir o acesso em 2018. “Agora vamos levantar a cabeça, porque o mundo não vai acabar. Vamos voltar para a Série B e brigar com dignidade para voltar. É doído, o pessoal vai estar triste amanhã, mas é vida que segue e o pensamento em 2018”, completou.