Conhecido pelo fanatismo corintiano — de usar caneca do Corinthians a frequentar jogos na Neo Química Arena e contribuir com a vaquinha para pagar o estádio do time — Alexandre de Moraes votou contra o clube do coração em um julgamento do STF nesta semana.
O ministro se posicionou por rejeitar um recurso do Corinthians contra uma decisão de Cristiano Zanin, que havia negado suspender um processo milionário de que o clube é alvo na Justiça do Trabalho. A ação trabalhista foi movida pelo atacante Gustavo Silva, conhecido como Gustavo Mosquito, ex-jogador do alvinegro.
Atualmente atuando pelo Jubilo Iwata, do Japão, Mosquito processou o Corinthians em 2024 por atrasos no pagamento de FGTS e direitos de imagem. O jogador conseguiu na Justiça a rescisão de contrato com o alvinegro. A decisão favorável ao atleta foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2).
Intimado pela Justiça do Trabalho a depositar R$ 8,3 milhões para garantir a execução provisória da decisão favorável ao jogador, o Corinthians acionou o STF em 18 de julho e pediu que o processo trabalhista fosse suspenso.
O clube alegava que parte dos valores que Mosquito disse ter a receber, por direitos de imagem, eram devidos a uma empresa da qual o jogador é sócio. Assim, o Corinthians apontou pejotização no caso e afirmou que a Justiça do Trabalho descumpriu uma decisão de Gilmar Mendes sobre o assunto. Isso porque, em abril, Gilmar mandou suspender todos os processos sobre pejotização nos tribunais, até que o STF decida sobre a licitude desse tipo de contrato.
Ao negar o pedido do Corinthians, no entanto, Cristiano Zanin afirmou não ter havido descumprimento dessa decisão de Gilmar Mendes.
O time de Alexandre de Moraes recorreu da decisão, mas Zanin manteve sua posição no julgamento virtual iniciado nessa sexta-feira, 22, na Primeira Turma do STF. Moraes, então, se alinhou ao colega contra o recurso do Corinthians. Também vão analisá-lo Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.