Eleito presidente do Corinthians nesta segunda-feira, 25, Osmar Stábile, até então interino no cargo, falou sobre os planos que pretende executar até o final de 2026, quando acaba o mandato-tampão em substituição à gestão do destituído Augusto Melo. A maior parte dos assuntos tratados foi ligada a questões financeiras, caso do contrato dos naming rights da arena do clube, hoje considerado desvantajoso. Stabile quer trocar a empresa que cede nome ao estádio e diz já ter três interessadas.
A parceria com o grupo Hypera Pharma para batizar a arena com a marca Neo Química foi firmada em 2020, em um acordo de R$ 300 milhões até 2040, data do fim do contrato. Conforme estabelecido no documento, todo ano, a multa rescisória fica mais baixa a cada 1º de setembro, data em que os naming rights foram oficializados cinco anos atrás.
“Estamos conversando sobre naming rights. Já tem três empresas e acredito que deve chegar mais uma. Estamos trabalhando em cima disso, para trazer um valor muito maior do que o que está aí. Está baixo. Na época que foi fechado era bom, todos elogiaram, mas não é mais bom hoje. O valor está baixo. É obrigação do presidente trabalhar isso. isso deve acontecer em breve. Não quero deixar promessa nenhuma, é um trabalho que está sendo realizado”, disse.
Se os valores envolvidos na cessão do nome do estádio em Itaquera são baixos, o mesmo não se pode dizer do custo do astro Memphis Depay aos cofres do clube. Cerca de R$ 11 milhões em bonificações devidas ao jogador por atingimento de metas venceram no dia 20 de agosto e a diretoria corintiana está negociando um parcelamento com o estafe do atleta. Stábile garante que ele não está considerando deixar o clube.
“Nós falamos com o estafe do Memphis e pedimos que fosse estabelecido um prazo de pagamento, com planejamento. O valor estabelecido é alto e não tínhamos recursos para isso. Pedimos parcelamento e estamos vendo quantas parcelas vão ser. Ele está feliz, conversei com ele hoje, perguntei como estava a recuperação e ele disse: ‘estou a todo vapor”, disse.
Quem também fica no clube, segundo o presidente eleito, é Fabinho Soldado, cujo futuro se tornou incerto em meio às movimentações políticas durante os dias que antecederam a eleição. Ele também disse que não planeja nomear um diretor estatuário para o departamento de futebol.
“Neste momento não terá diretor de futebol estatuário. Neste momento, o Fabinho continua. Está fazendo um trabalho bom dentro do que eu entendo de gestão. Fizemos alguns ajustes e ele está sempre pronto a atendar. Do jeito que ele está comprando a filosofia nova, de contratações dentro das possibilidades do Corinthians, ele entendeu. A vida é assim, temos que organizar e melhorar. O que era bom no passado não serve para o presente muitas vezes”, afirmou.
Stábile também respondeu se membros do grupo Renovação e Transparência, liderado por Andrés Sanchez, poderiam fazer parte de sua diretoria. O braço político de Andrés é muito mal visto pela torcida, ainda mais depois de o ex-presidente admitir ter feito uso indevido do cartão corporativo do clube, embora diga se tratar de um engano.
“Eu não posso falar se vai ter nome ou não, porque não sei. Se tiver alguém competente, não vejo problema nenhum. Que já foi, deixou de ser. Eu não sou dono da verdade, mas uma coisa que eu sei é administrar”, comentou.
O assuntou voltou à tona após as perguntas da imprensa, quando Alexandre Domênico Pereira, o Alê, presidente da torcida organizada Gaviões da Fiel recebeu o microfone para fazer uma pergunta e mostrou insatisfação frente a uma possível aproximação de Stábile com a Renovação e Transparência.
“Figurinha carimbada, que trabalhou em outras gestões, não vai ter nessa gestão”, respondeu o presidente ao indagador e as demais lideranças de torcidas uniformizadas que formavam um grupo de cerca de 20 pessoas no teatro do Parque São Jorge, onde foi realizada a coletiva após a eleição no salão nobre do clube.