Pela primeira vez na história do futebol feminino brasileiro, um time consegue conquistar a tríplice coroa. Depois de perder para o São Paulo no Morumbi, o Corinthians deu o troco na Neo Química Arena e, com vitória por 3 a 1, ganhou o título do Campeonato Paulista, fechando a temporada com perfeição após erguer as taças do Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores.

Foi o terceiro tricampeonato corintiano em um inesquecível 2021. As comandadas de Arthur Elias já haviam festejado a terceira conquista no Nacional e na América. Agora, levantam a taça estadual pela terceira vez seguida – superaram o mesmo São Paulo na final de 2019 e a Ferroviária em 2020.

O gol do título corintiano saiu aos 45 minutos em gol que começou na linha de fundo da defesa. O time foi trocando passes até Vick Albuquerque tocar e Adriana bater no cantinho de Carla para explosão da torcida.

A decisão recebeu recorde de público com 30.077 pessoas em Itaquera e contou com a ilustre presença das representantes brasileiras do skate street. A fadinha Raissa Leal e Letícia Bufoni na torcida para o Corinthians, enquanto a bicampeã mundial Pâmela Rosa fazia coro pelo São Paulo.

Donas das duas melhores campanhas do Campeonato Paulista, que contou com 12 participantes, Corinthians e São Paulo entraram em campo com motivos de sobra para confiar na conquista do título. As mandantes invictas em casa, só com vitórias em seu estádio, e as visitantes amparadas pela bela campanha com 13 triunfos e só uma derrota.

O único revés tricolor foi justamente diante do Corinthians. Ainda na segunda rodada, no Parque São Jorge, as comandadas de Arthur Elias fizeram 2 a 1. Do mais, só vitórias são-paulinas, inclusive na primeira partida da final, com 1 a 0 no Morumbi.

Os poderosos ataques prometiam um belo espetáculo em Itaquera. O Corinthians de 52 gols na competição depositava suas crenças em Adriana, Gabi Portilho e Vick Albuquerque. Do lado são-paulino, com 43 bolas nas redes na competição, a confiança era na artilheira Glaucia (sete gols), e nas habilidosas Naná e Jaqueline.

Empurrado pela torcida, que encheu a Neo Química Arena, o Corinthians assustou logo aos seis minutos em cabeçada de Campiolo. As bolas paradas eram as principais jogadas das mandantes. Apostando nos contragolpes e na vantagem da ida, o São Paulo pouco atacava, mesmo assim, teve grande chance em chute por cobertura de Glaucia.

Após tantos cruzamentos, o Corinthians abriu o marcador em um lance confuso na área. No qual a defesa do São Paulo, até então, bem na final, não conseguiu afastar. Gabi Portilho rolou para Gabi Zanotti acertar belo chute de fora da área.

As visitantes sentiram o gol. Na base da conversa, tentavam se acalmar em campo. Mas nada mais dava certo. Em jogada que começou na defesa, o Corinthians trocou passes rápidos e Tamires serviu Gabi Zanotti: 2 a 0 no placar e domínio total corintiano.

Mesmo com vantagem boa, a equipe seguiu em cima. Diany assustou em dois chutaços de fora da área. Parou em boa defesa de Carla e no travessão. O Corinthians perdeu boas chances e foi para o vestiário castigado após erro de Natascha. A goleira falhou na saída de bola e deu nos pés de Naná, que dominou, diminuiu o placar e igualou o confronto final. Restando 45 minutos, a decisão estava indo para os pênaltis.

O técnico Lucas Piccinato voltou do descanso pedindo para sua equipe “mudar tudo”. As são-paulinas melhoraram e iniciaram a etapa decisiva no ataque, depois de 45 minutos apenas na defensiva. A postura assustou o Corinthians, que demorou para voltar ao ataque. Glaucia quase empatou aos 30. A cabeçada parou no travessão.

Um gol para qualquer lado valia a taça e as equipes pareciam não querer pênaltis. Com o São Paulo melhor em campo, as chances apareciam de ambos os lados. Melhor para o Corinthians, que definiu com Adriana para linda festa em Itaquera.