“É sangue no olho, é tapa na orelha, é o jogo da vida, e o Corinthians não é brincadeira.” É com esse mantra que o time alvinegro entra em campo às 21h45 desta quarta-feira, para encarar o Flamengo, em casa, na partida que vale vaga na final da Copa do Brasil. Os times empataram sem gols no primeiro jogo da semifinal, no Maracanã. Avança à decisão quem vencer por um placar simples. Qualquer igualdade leva a partida para os pênaltis.

Na véspera do confronto, o técnico Jair Ventura levou o treino do Corinthians para a Arena e abriu para os torcedores. Cerca de 38 mil deles foram empurrar a equipe, que mais na base da vontade do que da técnica segue viva na Copa do Brasil. “É bom quando acontece (o treino aberto). Essa pressão é uma pressão benéfica, porque todos aqui estão do nosso lado. Já começamos a entrar no jogo. Só temos que nos cuidar para não passar do ponto”, disse o treinador.

Durante a entrevista, Jair repetiu por pelo menos cinco vezes a palavra equilíbrio. Apesar de contente com o apoio dos torcedores, ele acredita que os jogadores precisam saber conter a euforia. “Não podemos pilhar muito. Tenho uma estratégia diferente para jogos assim. Temos que atuar de maneira equilibrada. Começar e terminar do mesmo modo.”

O último treino foi mais festivo e com poucos indícios sobre quem entrará em campo. Somente no final da atividade, quando dividiu o elenco, é que deu para ver que Jair repetirá a formação ofensiva do empate contra o Internacional.

Clayson, Jadson, Mateus Vital e Romero foram com os titulares para um lado treinar cobranças de pênalti. Do outro, os reservas fizeram um trabalho em campo reduzido. O único mistério que o treinador manteve foi no meio-campo. Ralf e Gabriel, que disputam a posição, também bateram penalidades. Na última partida do Brasileiro, Gabriel começou em campo porque Ralf estava suspenso.

“O (Maurício) Barbieri não revelou, então também não vou revelar”, disse Jair. No Flamengo, o treinador não confirmou a volta do meia Diego, que não atuou na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, no domingo, por estar suspenso no Brasileiro.

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Jair apenas garantiu que a postura corintiana será bem diferente da que empatou no Maracanã no primeiro jogo da semifinal. Na ocasião, o time alvinegro atuou com três volantes de marcação, deu um único chute a gol e tratou apenas de se defender. “Nossa postura vem mudando desde então. É só pegar o jogo contra o Inter. Tivemos o controle do jogo, com mais posse e mais chances. Nossa postura vai ser muito similar”, disse.

A expectativa agora é que os atacantes coloquem a bola na rede, pois no jogo em questão quem marcou o gol do empate por 1 a 1 foi o volante Douglas. Do quarteto de ataque, somente Jadson marcou recentemente – na vitória sobre o Sport por 2 a 1 há dois jogos.

Romero não marca há 15 partidas. E os outros dois o drama é ainda maior. Mateus Vital não balança as redes desde maio e Clayson está sem comemorar um gol desde abril. Contra o Flamengo, é a oportunidade do trio encerrar o jejum e cair nas graças dos torcedores que, enquanto o time está vivo na Copa do Brasil, vive clima de paz com a equipe.

Se o Corinthians aposta na torcida, o Flamengo conta com a confiança renovada para tentar derrubar o time paulista em sua Arena. Após resultados irregulares no Brasileirão, o time rubro-negro resgatou o moral ao derrotar o Atlético-MG, no domingo, no Maracanã – o resultado manteve a equipe próxima dos líderes da tabela.

“Toda vitória dá confiança e torna o ambiente melhor para trabalhar. Um resultado importante contra um grande adversário como o Atlético é sempre bom”, admite Barbieri. “Agora temos um desafio enorme contra outra grande equipe. Acredito que não tenha um favorito em um jogo como esse, dois times grandes. Temos tudo para fazer uma ótima partida e buscar uma classificação importante. É o duelo mais importante do ano se tratando de Copa do Brasil.”


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