Pode não ter sido uma atuação de gala do Corinthians, principalmente no segundo tempo, mas a vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba trouxe muito mais do que os três pontos importantíssimos para a tabela do Brasileirão. Entre essas lições, a que chama mais a atenção é a sensação de que é possível tirar mais do time de Vagner Mancini, que já mostra um repertório melhor do que outrora.

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Mesmo com uma melhora significativa com a chegada do novo treinador, que definitivamente tornou a equipe competitiva, há algumas rodadas o torcedor certamente sentiu que o Alvinegro já havia chegado ao seu limite técnico, sem indicar evolução, sem ter variações para mudar de patamar e a certeza de que a briga seria mesmo para fugir do rebaixamento em todo o campeonato.

Essa situação vem mudando um pouco a cada rodada, ainda que o Z4 permaneça como um sinal de alerta que não foi excluído de forma definitiva. Contra o Grêmio, se segurando de todas as formas possíveis jogando com dois a menos durante um bom tempo, diante de uma das melhores equipes do país, conquistou um empate em 0 a 0 que foi comemorado com uma vitória.

Ali, na Neo Química Arena, foi mostrado um espírito que há muito não se via, inclusive destacando lideranças técnicas como Fagner e Luan, que mesmo com todas as dificuldades se sobressaíram e quase levaram o Corinthians a uma vitória épica. Há um mês, sem sombra de dúvidas, o torcedor corintiano não apostaria que seu time com dois expulsos seria capaz de algo do tipo.

Esse mesmo torcedor, na última quarta-feira, quando viu uma escalação com três volantes, sem um jogador de velocidade no ataque e com Lucas Piton na ponta esquerda, duvidou do que poderia ser a prática em campo, mas se surpreendeu quando viu lampejos de jogadas trabalhadas, com agilidade, com periculosidade e até com infiltrações de Roni e de Gabriel dentro da área.

Vale destacar que não foi um espetáculo alvinegro, pelo contrário, o segundo tempo foi de um nível técnico baixíssimo, mas mostrou que o time pode sim jogar de diferentes maneiras dentro da partida diante das condições apresentadas. Na primeira etapa aproveitou o fisico, o bom momento e abriu o placar, na segunda já desgastado e mais recuado, se sustentou e optou por garantir os três pontos preciosos, uma vez que o ataque deixou de funcionar.

E é exatamente isso que a equipe vinha precisando, quando um setor não funcionava, o outro precisava compensar, mas o que vinha acontecendo era a falha em ambos. O time não balançava a rede do adversário, mas era vazado. Foi assim que veio a eliminação na Copa do Brasil, tanto no jogo de ida quanto na volta, apesar da polêmica da arbitragem ocorrida no Independência.

A atuação no primeiro contra o Coritiba e a superação diante do Grêmio mostram que há sim espaço para o Corinthians de Mancini ir além do que vive hoje. Com a evolução de Luan, com a adição tática, técnica e anímica de Fábio Santos, com a importância de Fagner e a esperança da melhora física de Jô, há muito potencial para crescimento, que pode levar os corintianos a quererem algo mais do que brigar para não cair. É preciso se manter competitivo.