Corina Machado chega a Oslo e faz 1ª aparição pública em 11 meses

OSLO, 11 DEZ (ANSA) – A líder da oposição venezuelana María Corina Machado reapareceu em público pela primeira vez em quase um ano nesta quinta-feira (11), na Noruega, um dia após se ausentar da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz.   

A recém-laureada chegou a Oslo depois de uma viagem secreta e saudou apoiadores da varanda do hotel onde está hospedada, marcando seu retorno ao cenário internacional.   

Machado, que foi representada por sua filha Ana Corina Sosa na cerimônia de premiação devido às dificuldades para deixar a Venezuela, emocionou a multidão reunida em frente ao Grand Hotel após sair à rua, ultrapassar barreiras de contenção e passar cerca de 20 minutos cumprimentando, abraçando e conversando com os apoiadores.   

A última aparição pública da venezuelana havia ocorrido em 9 de janeiro, em Caracas, durante protestos no dia da posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato.   

Em entrevista à imprensa norueguesa, Machado reafirmou que pretende retornar ao país: “É claro que voltarei. Sei exatamente os riscos que estou correndo”, declarou.   

A opositora revelou que deixou a Venezuela “em condições extremas”, após meses escondida. Segundo autoridades dos Estados Unidos, ela teria partido na última terça-feira (9) em um barco rumo a Curaçao.   

Em declaração à BBC, destacou que sua saída só foi possível graças a muitos homens e mulheres que “arriscaram suas vidas”.   

Machado também contou que estava há mais de 16 meses sem ter contato físico com sua família. “Em questão de horas, pude ver as pessoas que mais amo, tocá-las, chorar e rezar com elas”, relatou.   

Além disso, a Nobel da Paz afirmou que sua decisão sobre quando voltar para a Venezuela dependerá de onde puder contribuir mais para o seu movimento: “Estarei no lugar onde eu puder melhor ajudar a nossa causa”.   

Ainda em Oslo, Machado visitou o Parlamento e foi recebida pelo presidente da Casa, Masud Gharahkhani. Ela assinou o livro de visitas e se reuniu com a imprensa antes de seguir para a residência oficial do primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store.   

Na ocasião, ela voltou a denunciar a repressão no país liderado por Maduro. “Quem diz a verdade na Venezuela arrisca a vida”, afirmou, destacando que o risco de prisão permanece alto caso retorne para casa. (ANSA).