18/06/2024 - 9:47
Em um enorme hangar transformado em sala de ensaios, os bailarinos aquecem seus músculos antes de reproduzir uma coreografia secreta, que será apresentada na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.
A música tem uma atmosfera épica e a cerimônia de 26 de julho será “espetacular”, garantem os organizadores. Mas por enquanto quase nenhuma informação foi revelada.
A comissão organizadora dos Jogos mantém todos os detalhes em segredo.
Apenas alguns jornalistas, incluindo a AFP, puderam assistir a alguns minutos do ensaio de uma das cenas no início de junho. A reunião foi em um hangar nos arredores de Paris.
Luzes de neon e um globo de discoteca espelhado contrastam com o aspecto industrial deste lugar deteriorado, mas imenso.
Como a cerimônia de abertura será realizada pela primeira vez fora de um estádio, ao longo de sete quilômetros às margens do Sena, foi necessário se adaptar e encontrar um local amplo para os ensaios de grandes grupos de bailarinos. Ao todo, mais de 3.000 deles participarão do espetáculo.
Cinquenta dançarinos estão presentes neste ensaio, para o qual a cena específica requer cerca de 400 pessoas.
“É necessária uma verdadeira organização, mas estamos conseguindo”, diz confiante a coreógrafa Maud Le Pladec, responsável pela dança de todas as cerimônias das Olimpíadas.
A organização é milimétrica, uma vez que os bailarinos devem ensaiar em pequenos grupos já que nenhum local é grande o suficiente para acomodar a todos nesta fase de preparação.
A tarefa titânica exige a preparação para uma dezena de cenas.
Le Pladec se dirige aos bailarinos em inglês, enquanto mostra os movimentos com descontração e rigor.
“Excelente, dá motivação para continuar!”, afirma o presidente da comissão organizadora, Tony Estanguet, que entrou discretamente na sala.
A cerimônia de abertura vai mostrar “a dança em toda a sua diversidade”, revela a coreógrafa. Segundo ela, o objetivo é conseguir um cruzamento entre o “break dance”, a dança contemporânea e a clássica.
Não importa o estilo ou o local, para Louise Demay, de 25 anos, dançar nos Jogos Olímpicos era um sonho de “infância” que se tornará realidade.
Mais pragmático, Guilbeaud Manuarii, de 19 anos, confessa que foi às audições pelo “pagamento”, que “não é muito alto”, acrescenta. Ele admite estar um pouco nervoso, mas em sintonia com a coreografia “bastante esportiva”.
Haverá uma parte de balé mais clássica? Como será o figurino? Quando será o ensaio geral? A todas estas perguntas, a mesma resposta dos participantes: “Não podemos dizer nada”.
“Mesmo os dançarinos não conhecem todos os segredos”, observa Le Pladec.
Todos os testes de viabilidade foram realizados. Embora tenha sido necessário readaptar e alterar elementos, o projeto inicial continua em andamento.
“Desde meados de março, está dando tudo certo: a coreografia, os figurinos, a música… Conseguimos!”, diz a coreógrafa.
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