A Coreia do Sul começará a utilizar armas a laser este ano para derreter os drones enviados pelo Norte, anunciou a agência de fornecimento de armas do país à AFP nesta sexta-feira.

As novas armas a laser, chamadas de “Projeto Star Wars” por Seul, são invisíveis e silenciosas, não precisam de munição, funcionam com energia elétrica e custam apenas 2.000 wons (1,45 dólar, 7,8 reais) por disparo, segundo a Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA).

Os sistemas, desenvolvidos pela empresa Hanwha Aerospace, “serão colocados em fase operacional nas Forças Armadas este ano”, afirmou à AFP Lee Sang-yoon, funcionário da agência.

As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra desde que o conflito entre os países (1950-1953) terminou com um armistício, e não com um tratado de paz.

As relações entre as duas nações estão no pior momento em anos, entre os testes de armas e ameaças do Norte e os exercícios conjuntas do Sul com os Estados Unidos.

Em dezembro de 2022, Seul afirmou que cinco drones americanos entraram em seu território, no primeiro incidente do tipo em cinco anos, e mobilizou calas para tentar derrubá-los, sem sucesso.

A capacidade do Sul de “responder às provocações com drones da Coreia do Norte vai melhorar significativamente” com os sistemas de armas a laser, afirmou a DAPA.

Em alguns testes, o sistema registrou 100% de sucesso para derrubar drones e, com aperfeiçoamentos, pode virar um sistema crucial para combater os mísseis balísticos e ataques aéreos, afirmou a agência.

O sistema “Star Wars” neutraliza os alvos ao atingi-los diretamente com uma luz laser gerada por fibra óptica.

“Quando uma arma a laser transfere seu calor para o drone, a superfície derrete. Quando a superfície derrete, os componentes internos derretem, provocando eventualmente a queda do drone”, explicou Lee.

Alguns analistas, no entanto, destacam que ainda é cedo para ter certeza sobre os benefícios do sistema.

“Precisamos de mais testes e tempo para determinar se podem ser utilizados como um sistema armamentista eficaz”, disse Hong Sung-pyo, pesquisador do Instituto Coreano de Assuntos Militares.

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