PEQUIM, 17 NOV (ANSA) – O governo da Coreia do Sul propôs nesta segunda-feira (17) a realização de diálogos militares com a Coreia do Norte para discutir a gestão das atividades ao longo da Linha de Demarcação Militar (LDM), em um esforço para evitar possíveis confrontos na região fronteiriça.
A iniciativa surge após diversos incidentes envolvendo soldados norte-coreanos ? alguns armados ? que, desde o ano passado, têm instalado minas terrestres, erguidos barreiras e desmatado áreas próximas à linha de frente, segundo os militares sul-coreanos.
Esta é a primeira proposta oficial de Seul para conversas diretas com Pyongyang desde que o presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, assumiu o cargo em junho passado, com o compromisso de restabelecer os laços intercoreanos e criar condições para o diálogo com o regime do Norte.
“Nossas Forças Armadas recomendam oficialmente a realização de diálogos intercoreanos entre os líderes das Forças Armadas para discutir como estabelecer a Linha de Demarcação Militar, evitar confrontos acidentais e aliviar as tensões militares”, declarou Kim Hong-cheol, vice-ministro da Política de Defesa Nacional, em comunicado divulgado pela agência Yonhap.
Kim acrescentou que o governo sul-coreano espera “uma resposta positiva e rápida do Norte para reduzir as tensões na Península Coreana e restaurar a confiança militar”. Ele destacou ainda que Seul está disposta a discutir os detalhes das negociações, incluindo local e cronograma.
Desde abril de 2024, a Coreia do Norte mobilizou tropas perto da fronteira, dentro da Zona Desmilitarizada, para plantar minas, erguer barreiras antitanque e reforçar cercas de arame farpado, após o líder Kim Jong-un descrever, no fim de 2023, os laços intercoreanos como os de “dois Estados hostis”.
As tropas norte-coreanas cruzaram a fronteira cerca de dez vezes somente este ano, inclusive em outubro, quando dois soldados ultrapassaram a LDM enquanto perseguiam um compatriota que tentava desertar para o Sul. (ANSA).