A Coreia do Norte poderia retomar seus testes nucleares este ano para forçar Washington a dialogar, avaliaram os serviços de Inteligência americanos em seu relatório anual sobre as ameaças aos Estados Unidos no mundo, publicado nesta terça-feira (13).

“O líder norte-coreano Kim Jong Un poderia tomar medidas agressivas e potencialmente desestabilizadoras para mudar o equilíbrio de poder na região e criar dissensões entre os Estados Unidos e seus aliados, incluindo a retomada de testes de armas nucleares e mísseis balísticos de longo alcance (ICBM)”, diz este relatório da Direção de Inteligência dos EUA (DNI).

“Acreditamos que Kim vê as armas nucleares como o impedimento final contra a intervenção estrangeira e está convencido de que acabará conquistando o respeito da comunidade internacional” quando a Coreia do Norte se tornar uma potência nuclear, afirmam as agências de Inteligência no documento.

A Coreia do Norte não testa um míssil de longo alcance há mais de três anos e deixou a porta aberta para negociações com os Estados Unidos sobre a desnuclearização da península coreana.

Mas “Kim poderia considerar a retomada dos testes de mísseis nucleares ou de longo alcance este ano, na tentativa de forçar os Estados Unidos a negociarem com ele sob os termos de Pyongyang”, acrescentam.

O relatório de 27 páginas, escrito em 9 de abril, também analisa o programa nuclear de outro adversário dos EUA, o Irã, que anunciou que começará a enriquecer urânio a 60%.

“Continuamos a acreditar que o Irã não está atualmente realizando as atividades-chave que consideramos necessárias para produzir uma arma nuclear”, indicaram os serviços de Inteligência dos EUA.