Atingida por uma série de sanções da ONU, a Coreia do Norte importa cada vez mais petróleo ilegalmente e continua se abastecendo de carros de luxo e álcool – revela um relatório anual de especialistas entregue aos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“A Coreia do Norte viola as resoluções da ONU importando petróleo ilegalmente”, dizem os especialistas encarregados de controlar a aplicação das sanções.

Este país “aumentou as compras, graças, em particular, aos navios de petróleo cada vez maiores com bandeiras estrangeiras e que entregam diretamente (sua carga)”, completa o texto.

Em 2017, Pyongyang foi alvo de várias séries de sanções internacionais que limitaram suas importações de petróleo e proibiram suas exportações de carvão, pesca e material têxtil, para forçá-lo a interromper seus programas de armas nucleares e balísticas.

O grupo de especialistas indica que recebeu, como no ano anterior, um relatório dos Estados Unidos, com imagens e dados de satélite, cobrindo um período entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2019. Esse material reforça, segundo eles, a avaliação de que as cotas de importação autorizadas de petróleo refinado foram excedidas.

“Rússia e China solicitaram evidências adicionais para emitir um julgamento”, escrevem os especialistas em seu documento, ao qual a AFP teve acesso.

“A Coreia do Norte continua ignorando as resoluções da ONU exportando de forma ilegal, principalmente carvão”, e continua “suas importações de bens proibidos, incluindo veículos de luxo, álcool e robótica”, relata o documento.

O país mantém “acesso a redes bancárias internacionais em violação às resoluções da ONU, principalmente por meio de intermediários. Continua comprando moeda virtual ilegalmente e realiza ataques cibernéticos contra bancos para evitar sanções financeiras”, acrescenta.

Frequentemente suspeita de ajudar a Coreia do Norte apesar das sanções, a China disse na segunda-feira (10), em um comunicado de sua missão na ONU, que “sempre cumpriu fiel e seriamente suas obrigações internacionais”, apesar das “grandes perdas” sofridas pela implementação das decisões da ONU.

“É imperativo (…) fazer ajustes” em benefício dos civis norte-coreanos, acrescentou a missão chinesa, lembrando que, no final de 2019, propôs, juntamente com a Rússia, uma resolução que permitiria a suspensão de proibições relativas em particular à pesca e ao setor têxtil.