Um relatório divulgado pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sul nesta quinta-feira, 27, contém o relato de um desertor da Coreia do Norte descrevendo a execução de um jovem de 22 anos por ter escutado músicas de K-pop e assistido filmes sul-coreanos.

O documento compila o testemunho de 649 desertores norte-coreanos e analisa os direitos humanos do país. A intenção do governo de Kim Jong-Un seria impedir a presença de cultura ou ideologia “reacionária” no território, se baseando em uma lei aprovada em 2020. As informações são do The Guardian.

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Conforme o testemunho, um jovem de 22 anos da província de Hwanghae do Sul foi executado publicamente em 2022 por ouvir 70 músicas sul-coreanas, além de assistir filmes do país e os distribuir. O documento detalha extensos esforços de Kim Jong-Un para coibir o fluxo de informações estrangeiras, especialmente para as camadas mais jovens da população.

De acordo com a análise, outras medidas adotadas são a proibição de noivas com vestido branco, o uso de óculos de sol ou consumir álcool de taças de vinho, costumes vistos como “sul-coreanos”.

Segundo o documento, telefones celulares também são constantemente verificados pelas autoridades para identificar gírias e expressões de influência sul-coreana. Apesar de os dois países compartilharem o mesmo idioma, diferenças sutis apareceram na linguagem dos dois territórios desde a separação.

Em 2022, a Rádio Free Asia, custeada pelo governo dos EUA, apontou que cortes de cabelo e moda “capitalista” estavam sendo coibidos por Kim Jong-Un. Calças jeans skinny, camisetas com frases estrangeiras, bem como tinta de cabelo teriam sido proibidos pelo país.

Apesar dos esforços, uma norte-coreana de 20 anos declarou no relatório que a cultura estrangeira está se espalhando pelo território governado por Kim Jong-Un. “Pessoas jovens seguem e imitam a cultura sul-coreana”, declarou a mulher.