A Coreia do Norte disparou vários mísseis balísticos de curto alcance, informou nesta segunda-feira (22) o Exército da Coreia do Sul, no mais recente de uma série testes executados por Pyongyang desde o início do ano.

O Exército sul-coreano afirmou que detectou o lançamento de “vários mísseis balísticos de curto alcance” a partir da região de Pyongyang.

Os mísseis voaram quase 300 quilômetros, antes de cair no mar ao leste da península coreana.

“Este lançamento de míssil é uma provocação flagrante que ameaça a paz e a estabilidade da península coreana”, afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, antes de acrescentar que o Exército está “plenamente preparados”.

Tóquio também confirmou o lançamento. O porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse que um dos mísseis atingiu uma altitude máxima de 50 quilômetros e caiu fora da zona econômica exclusiva (ZEE) do país.

Em março, a Rússia, aliada de Pyongyang, utilizou seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para acabar com o mecanismo de vigilância da ONU às sanções impostas ao governo de Kim Jong Un por seu programa nuclear e armamentista.

Apesar das sanções aplicadas pela ONU desde 2006, a Coreia do Norte prosseguiu com o programa de desenvolvimento armamentista e nuclear

– Teste de “ogiva supergrande” –

O lançamento é o segundo em menos de uma semana executado por Pyongyang. Na sexta-feira, o país efetuou um teste com uma “ogiva supergrande”, projetada para um míssil de cruzeiro estratégico, segundo a agência estatal de notícias KCNA.

O Exército sul-coreano confirmou que detectou o lançamento de mísseis de cruzeiro.

Ao contrário dos lançamentos de mísseis balísticos, os testes de mísseis de cruzeiro não são proibidos pelas atuais sanções da ONU contra a Coreia do Norte.

Os mísseis de cruzeiro geralmente são propulsionados por motores a jato e voam a uma altitude menor que os mísseis balísticos mais sofisticados, o que dificulta a detecção e interceptação.

Analistas acreditam que a Coreia do Norte pode ter começado a testar mísseis de cruzeiro antes de enviá-los à Rússia para a guerra com a Ucrânia.

Washington e Seul dizem que Pyongyang enviou quase de 7.000 contêineres de armas a Moscou para a guerra com a Ucrânia.

Hong Min, analista do Instituto Coreano para a Unificação Nacional, afirmou que os lançamentos recentes de Pyongyang indicam que a Coreia do Norte tenta desenvolver suas capacidades técnicas.

“O lançamento de hoje também parece fazer parte do programa de desenvolvimento de armas que exige testes”, disse à AFP.

A Coreia do Norte reforçou recentemente os laços na área de defesa com a Rússia.

Nos últimos meses, Pyongyang intensificou a retórica agressiva contra a Coreia do Sul, país que declarou ser o seu “principal inimigo”, e ameaçou iniciar uma guerra em caso de mínima violação do seu território.

No ano passado, o país executou um número recorde de testes de mísseis.

Em 2022, Pyongyang declarou sua condição de potência nuclear como algo “irreversível”.

Ao mesmo tempo, Seul endureceu sua postura em relação a Pyongyang desde que o presidente Yoon Suk Yeol chegou ao poder, em 2022. Ele ampliou as operações militares com os Estados Unidos e o Japão.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, que visitou Seul no mês passado, retornará à região esta semana para a sua segunda visita à China em menos de um ano.

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