Começou às 10h05 desta terça-feira, 5, a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.

Na quarta-feira, 6, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidirem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,50% ao ano.

Esta é a primeira reunião do Copom desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República. No entanto, o processo de transição no BC ainda está em andamento. A reunião desta terça do colegiado ainda terá a formação adotada no governo de Michel Temer, com uma única baixa: Reinaldo Le Grazie deixou no ano passado a Diretoria de Política Monetária e ainda não foi substituído.

Já o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, ficará no cargo apenas até que o Senado aprove o nome do economista Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro no ano passado.

O diretor Carlos Viana de Carvalho, que atualmente ocupa a Diretoria de Política Monetária, voltará para a Diretoria de Política Econômica assim que o nome de Bruno Serra Fernandes for aprovado pelo Senado. Fernandes ficará na Diretoria de Política Monetária. O diretor de Organização do Sistema Financeira, Sidnei Corrêa Marques, será substituído por João Manoel Pinho de Mello, depois que seu nome passar pelo Senado.

Como a expectativa é de que o Senado avalie o nome dos novos dirigentes do BC nas próximas semanas, a reunião desta terça e quarta do Copom deve ser a última de Goldfajn e Sidnei.

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De um total de 51 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano – o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996. Se confirmada, esta será a sétima manutenção consecutiva da Selic.

Para o fim de 2019, no entanto, algumas instituições chegam a projetar novo ciclo de corte de juros, na esteira da recuperação lenta da economia e dos índices controlados de inflação. Entre 49 projeções preliminares, as expectativas para o Selic no fim deste ano vão de 5,50% a 8,25% ao ano. Uma das principais dúvidas é se o governo Bolsonaro conseguirá avançar na agenda de reformas, especialmente em relação à Previdência.

Na segunda-feira, o Broadcast (sistema fechado de notícias em tempo real do Grupo Estado) publicou, com exclusividade, detalhes da minuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência. Entre as novidades, estão a idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres, a criação de um modelo de contribuição individual e o tempo mínimo de contribuição de 20 anos para se aposentar.

No encontro anterior do Copom, em 11 e 12 de dezembro, o colegiado manteve a Selic no patamar de 6,50% ao ano. Na decisão, o comitê indicou que a Selic tende a permanecer no atual nível nos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro. O Copom avaliou ainda que, desde o encontro anterior, de outubro, houve alta do risco de a ociosidade na economia produzir inflação abaixo do esperado.

Ao abordar seu cenário básico, o BC citou três riscos para a inflação brasileira. De um lado, a ociosidade da economia, que pode provocar baixa de preços. De outro, a possibilidade de as reformas não caminharem e o cenário externo mais desfavorável aos países emergentes, o que pode impulsionar a inflação. A instituição afirmou que houve uma elevação do risco ligado à ociosidade e um arrefecimento do risco vinculado às reformas.


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