Uma Copa do Mundo realizada a cada dois anos, algo que a Fifa vem estudando há anos, “diluiria” a “joia” do futebol mundial, disse o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, nesta segunda-feira.

“Vocês provavelmente já ouviram falar que a Fifa está realizando um estudo de viabilidade” para dobrar a frequência de seu principal torneio, disse o chefe do futebol europeu durante a abertura da assembleia geral da Associação Europeia de Clubes (ECA).

“Pois bem, nós acreditamos que a joia que é a Copa do Mundo deve seu valor a sua pouca frequência. Organizá-la a cada dois anos (…) vai diminuir sua legitimidade e vai infelizmente diluir a própria Copa do Mundo”, argumentou.

Para Ceferin, que já havia rejeitado este projeto em entrevista à AFP em meados de julho, os jogos de seleções e clubes ocupam “totalmente o espaço físico e comercial” do calendário, que perderia caso fosse ampliado ainda mais.

“Nossos jogadores não precisam passar a ter mais de seus verões em torneios cansativos, em vez de dedicar seu tempo ao descanso e à recuperação”.

A hostilidade da Uefa ao projeto da Fifa é conhecida há meses, no momento em que o órgão europeu também planeja reformar a Liga dos Campeões a partir de 2024, com cem jogos adicionais por temporada.

Na semana passada, o novo diretor de desenvolvimento da Fifa, o francês Arsène Wenger, defendeu uma Copa do Mundo a cada dois anos em entrevista ao jornal L’Equipe.

Já o novo presidente da ECA, Nasser Al-Khelaifi, chefe do PSG, declarou que a reforma do calendário é o desafio “mais urgente” dos clubes, “que carregam todos os riscos” com o excesso de jogos.

“As competições internacionais não podem sufocar as relações dos torcedores e jogadores com os clubes”, nem amputar “recursos vitais” que as ligas obtêm das competições nacionais, insistiu ele.

 

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