03/11/2022 - 20:00
Desde que alcançou a Copa do Mundo pela primeira vez, em 2006, Gana só ficou de fora do maior torneio do planeta na última edição, na Rússia. Em 2022, no Catar, a seleção ganesa chega novamente, mas sem a mesma badalação que outrora já teve e que ameaçava as grandes potências.
Nas duas primeiras participações em Copas, Gana passou pela primeira fase. Em 2010, na África do Sul, esteve a um chute de carimbar vaga na semifinal, mas o pênalti perdido no fim da partida contra o Uruguai levou a decisão para as penalidades, quando a equipe sul-americana avançou para encarar a Holanda. Um duro golpe que parece ter ressoado no time africano.
De lá pra cá, Gana não avançou de fase na Copa de 2014, não se classificou para o torneio de 2018 e sempre bateu na trave na Copa Africana de Nações, inclusive com um vice-campeonato em 2015 – ainda que os dois resultados mais recentes tenham sido decepcionantes.
No embolado e equilibrado Grupo H, ao lado de Portugual, Uruguai e Coreia do Sul, a seleção ganesa quer retomar a fama de ameaçadora e sentir de novo que pode ser competitiva a nível mundial.
Eliminatórias Africanas
Para chegar na Copa do Mundo, o caminho de Gana foi cheio de pequenos milagres. O primeiro deles aconteceu logo na segunda fase das eliminatórias, quando caiu no Grupo G, ao lado de África do Sul, Etióia e Zimbábue.
Gana e África do Sul terminaram com a mesma pontuação, mesmo saldo de gols, resultados iguais nos confrontos diretos. Os ganeses avançaram por terem marcado um mísero gol a mais do que os rivais, garantindo assim o direito de disputar a terceira e decisiva fase do torneio.
No mata-mata, o sorteio deu a Gana o traiçoeira confronto com a forte seleção da Nigéria. Na ida, em casa, empate sem gols. Na volta, empate por 1 a 1 e vaga garantida por ter marcado como visitante. Um sufoco sem tamanho do início ao fim, mas que relocou o time no caminho do maior torneio do mundo.
Melhor Jogador
Gana conta com os experientes irmãos André e Jordan Ayew até hoje. Ainda importantes para o elenco, eles representam o fim da geração que marcou história para o time nas décadas anteriores. Porém, quem talvez mais se destaque no plantel atual seja Thomas Partey, do Arsenal.
Com 29 anos, o jogador ganês foi revelado pelo Atlético de Madrid e passou por equipes menores da Espanha até ganhar uma chance no time que o revelou em 2015. Desde então, virou uma das principais peças de confiança do time comandado pelo argentino Simeone.
No time espanhol, conquistou uma Liga Europa, uma Supercopa Europeia e um título nacional, além do vice-campeonato da Champions League em 2016.
Em 2020, Partey foi vendido para o Arsenal por €50 milhões – cerca de R$ 234 milhões – tornando-se o jogador de Gana mais caro de todos os tempos. No time inglês, demorou para se encaixar, mas depois de um tempo virou uma das principais peças do meio-campo da equipe.
Com muita explosão e força física, Partey se destaca na marcação do meio-campo por ter velocidade e muita precisão nos desarmes, mas também é fundamental na saída de jogo por ter um bom passe e ajudar na armação de jogadas. Por ser considerado um jogador completo, o Arsenal afirmou que quis muito buscar o atleta na Espanha.
Mesmo longe de ser um artilheiro, Partey está na seleção de Gana desde 2016. Em 40 aparições até hoje, marcou 13 vezes. O gol mais importante, porém, foi contra a Nigéria, que ajudou o time a garantir vaga no Mundial. E na Copa, a estrela dele vai brilhar também?