Copa do Mundo 2022: Em reformulação, Espanha quer apagar vexames das últimas Copas

Copa do Mundo 2022: Em reformulação, Espanha quer apagar vexames das últimas Copas

A Espanha chega ao Catar para disputar sua 16ª Copa do Mundo, a 12ª consecutiva em sua história. Desde que conquistou o primeiro título mundial, em 2010, os espanhóis viveram grandes expectativas e retumbantes fracassos no maior palco do futebol. Agora, com uma geração renovada e cercada de promessas, quer se reencontrar com a glória.

O título espanhol em 2010 foi incontestável, com o já famoso toque de bola envolvente que deixou o mundo todo perplexo. Depois disso, ainda conquistou a Eurocopa de 2012, mas aí as coisas não andaram do mesmo jeito, especialmente na Copa. Em 2014, eliminação na fase de grupo, com direito a goleada humilhante contra a Holanda. Em 2018, eliminação nos pênaltis para a anfitriã Rússia nas oitavas de final, mas jogando muito mal.

Mesmo com mudanças no plantel, a Espanha conseguiu reagir nos anos seguintes e foi semifinalista da Euro 2020, além de vice-campeã da UEFA Nations League do ano passado.

Depois desses tropeços, a Espanha se renovou. Algumas peças veteranas saíram de cena e deram espaço a jovens promessas do futebol local que buscam reeditar os anos de glória da seleção que chega, mais uma vez, com ares de favorita a uma Copa do Mundo. No Catar, porém, a missão parece mais difícil que em anos anteriores, especialmente pelo grupo que logo de cara os coloca contra a poderosa Alemanha, além dos azarões Costa Rica e Japão.

Copa do Mundo 2022: Em reformulação, Espanha quer apagar vexames das últimas Copas

Pedri é o camisa 10 da Espanha (Foto: LLUIS GENE / AFP)

Eliminatórias Europeias

No Grupo B das Eliminatórias Europeias, a Espanha encarou adversários razoavelmente tranquilos. Grécia, Geórgia e Kosovo não foram páreo para o poderio espanhol. A Suécia até fez jogo duro e chegou a vencer uma das partidas, levando a decisão da vaga para a última rodada.

No fim, a Espanha venceu com gol de Álvaro Morata aos 41 do segundo tempo e, assim, garantiu diretamente a vaga para a Copa do Mundo com 19 pontos marcados, deixando os suecos na briga da repescagem.

Se não conseguiu brilhar e nem fazer resultados convincentes em boa parte do torneio, quase sempre dando a sensação de que estava apenas administrando a confortável situação de favorita, a Espanha pode dizer que cumpriu corretamente sua missão e levou a vaga, mas agora o nível é outro e o futebol da ‘Roja’, como é chamado, pode crescer.

Melhor Jogador

A Espanha vive uma mudança de safra. Sem os grandes nomes do passado que fizeram história, como Xavi, Iniesta e Sérgio Ramos, uma nova geração tomou conta do caminho. Ainda existem alguns veteranos no elenco, como Jordi Alba e Sérgio Busquets, mas o grande destaque tem vindo dos meninos que crescem aos montes nos campos do país. Um deles, por exemplo, é Ferran Torres, do Barcelona.

Com apenas 22 anos, o meio-campista já passou por grandes times e agora está no Barcelona. Na seleção principal, brilha há pouco tempo, mas o suficiente para chamar a atenção de muitos adversários e se tornar uma espécie de artilheiro inesperado. Jogando pelas pontas, Ferran mostra muita habilidade com a bola nos pés, além de técnica para abrir espaços e desnortear adversários.

Copa do Mundo 2022: Em reformulação, Espanha quer apagar vexames das últimas Copas

Jogadores da Espanha comemoram gol de Ferran Torres em vitória contra a Itália

Considerado rápido e imprevisível, Torres é hoje uma das grandes esperanças da Espanha não apenas para o torneio que será disputado no Catar, mas também para o futuro da seleção que sempre valorizou o jogo bonito. No plantel principal desde 2020, já fez 30 jogos e 13 gols, um número que realmente impressiona.

E sua carreira não deixa a desejar. Revelado pelo Valência, chegou ao elenco profissional em 2017 para nunca mais sair até 2020, quando foi negociado com o milionário e vencedor Manchester City. No clube inglês, apesar da longa competitividade, encantou o treinador Pep Guardiola, mas suas lesões acabaram o atrapalhando na sequência de jogos dentro do clube. Por isso, foi negociado com o Barcelona por €55 milhões – aproximadamente R$ 280 milhões.

No Barcelona, com um contrato de cinco anos, espera-se que Ferran Torres tenha o tempo necessário para se desenvolver e ajudar o clube a voltar ao caminho das glórias depois de tantos tropeços. Resta saber, no entanto, se vai conseguir fazer o mesmo com a nova geração da seleção espanhola.