Anfitrião da Copa do Mundo, o Catar garantiu a classificação automática para mundial por sediar o torneio. Dessa forma, os quatro anos entre a Copa da Rússia e o deste ano foram de testes e investimento do governo, com o objetivo de preparar a equipe
Para se ter uma ideia, o Catar chegou a disputar as Eliminatórias da Europa e da Ásia, mas sem a responsabilidade de se classificar. Na eliminatória europeia, alguns grupos possuem um número ímpar de seleções e, por isso, os catari jogavam com a equipe que folgava no grupo A da competição.
Outro benefício que os investimentos dos petrodólares proporcionaram foi a participação do Catar na Copa América e Copa Ouro, torneio com seleções da Concacaf. Tudo isso foi uma retribuição por conta da empresa aérea do país ter patrocinado as principais competições de seleções das Américas.
Vale lembrar que, o secretário-geral do Comitê Organizador da Copa de 2022, Hassan Abdullah Al-Thawadi, disse em 2016 que a previsão de gastos com o mundial somente em infraestrutura seria de US$ 30 bilhões.
Seleção de estrangeiros?
Bem diferente do que acontece no Brasil, o Catar possui pouco pé-de-obra para o futebol. O país pequeno e com baixa população exigiu que a naturalização fosse uma saída. Entre os naturalizados em um primeiro momento estavam Emerson Sheik, Fabio Montezine e Araújo.
Entretanto, uma mudança da Fifa para a naturalização de jogadores mudou o cenário. Antes, um atleta precisava viver dois anos em determinado país para poder conseguir se naturalizar. Agora, a entidade máxima do futebol determina pelo menos cinco anos.
Para se ter uma ideia da diversidade que é a seleção do Catar, dos 14 jogadores que atuaram na final da Copa da Ásia, vencida por 3 a 1 sobre o Japão, seis atletas são de outros países.
Por isso, a busca por jogadores estrangeiros para se naturalizar precisou sofrer uma pequena alteração. A procura, agora, é por atletas com algum tipo de vínculo com o país ou parentesco com um catari. Por esse caminho, o objetivo também exigiu jogadores com menos idade, como é o caso do principal jogador da seleção do catar, Almoez Ali, que foi prospectado ainda com 10 anos.
Termômetro
O Catar está no Grupo A da Copa junto de Equador, Senegal e Holanda. Apesar de não ter grandes adversários na primeira fase, a seleção da casa vai disputar um mundial pela primeira vez e o fator torcida pode se tornar um problema para os catari. A pressão por jogar em casa e a falta de uma cultura de futebol estabelecida no país talvez deixe os adversários confortáveis jogando no Catar.
Por outro lado, o jogo contra a Holanda, favorita do grupo, ocorre somente na terceira rodada. Com isso, a classificação ou despedida do Catar na Copa pode estar já estar definida. Dessa forma, o caminho dos anfitriões passará bastante pelos dois primeiros jogos, pois, em tese, Senegal e Equador podem ser adversários possíveis
Principal jogador
Com passagens pelo futebol europeu, o sudanês Almoez Ali se naturalizou catari e desponta como principal nome da seleção anfitriã da Copa. Assim como sua seleção, Ali vai estrear em mundiais e tem como bagagem a sua performance na Copa da Ásia, em 2019. O Catar bateu o Japão na final da competição e ainda teve Almoez como artilheiro da competição.