30/10/2022 - 20:00
Não se espante ao pensar que nunca viu o Canadá nunca Copa do Mundo antes, não seria um exagero. O país só participou do torneio uma vez, em 1986, e agora retorna ao grande palco do futebol mundial. Entre esse longo período, muita coisa aconteceu, muitas derrotas foram colocadas no currículo, mas uma geração promissora promete dar a volta por cima nesse passado complicado.
Com uma geração que foi moldada na última década, os canadenses montaram uma seleção sólida e pronta para incomodar os sempre favoritos Estados Unidos e México nos torneios da Concacaf. O primeiro passo foi dado, mas agora resta fazer bonito também no Mundial. A missão, no entanto, é ingrata: no Grupo E vão enfrentar Bélgica, Croácia — atual vice-campeã — e Marrocos.
Eliminatórias da Concacaf
Para chegar à Copa, o Canadá precisou passar por literalmente todas as fases das eliminatórias. Primeiro, avançou no grupo que tinha Suriname, Bermuda, Aruba e Ilhas Cayman. Quatro jogos, quatro vitórias e um espetacular saldo positivo de 26 gols. Depois, despachou o Haiti para chegar no hexagonal final. Até aí, fácil, só um gol sofrido.
Quando todos esperavam que o Canadá fosse finalmente ceder um pouco, os jovens mostraram mais força do que o normal. Impiedosos contra EUA e México, largaram na frente da última fase e não deram chances a ninguém, sendo os primeiros a garantirem vaga na Copa do Mundo na Concacaf, com uma rodada de antecedência.
Mais do que isso, os canadenses terminaram na primeira posição, com 28 pontos conquistados e uma excelente campanha de 8 vitórias, 4 empates e apenas 2 derrotas, além de um glorioso saldo de 16 gols a favor. Desbancar os sempre favoritos México e Estados Unidos rendeu olhares atentos ao time que agora quer sonhar mais alto no Catar.
Melhor Jogador
A reconstrução da seleção canadense passa, com certeza, pelo descobrimento de Alphonso Davies. Com apenas 21 anos, o jogador passou por muitos percalços até chegar onde está neste momento, vestindo a camisa do gigante Bayern de Munique e pronto para uma Copa do Mundo.
Nascido em Gana, em um campo de refugiados da Libéria, foi com a família para o Canadá em 2005, com apenas cinco anos de idade. Lá, entrou em um programa de residentes que o levou para a categoria de base do Vancouver Whitecaps e o fez ganhar a cidadania canadense. A partir daí, o foguete não deu ré.
Em 2016, estreou na equipe principal do Vancouver e rapidamente virou destaque por sua velocidade e pela habilidade com a bola nos pés. Versátil, começou como ponta esquerdo, mas agora atua na lateral pelo Bayern de Munique, clube alemão que o contratou em 2018. A única situação que pode pará-lo é a sua saúde, já que sofreu com lesões e até mesmo um problema cardíaco desenvolvido após contrair Covid-19.
Davies passa longe de ser o artilheiro decisivo — essa missão fica para os companheiros Jonathan David e Cyle Larin —, mas pode ajudar muito o Canadá em 2022. Mesmo jovem, já se consolidou como um dos grandes destaques deste Mundial.