02/11/2022 - 20:00
Camarões chega, em 2022, no Catar, a sua oitava Copa do Mundo na história. Depois do extraordinário desempenho em 1990, quando chegou nas quartas de final, a seleção do continente africano nunca mais repetiu o bom desempenho e espera voltar ao nível das glórias de outrora, apesar de não contar com os mesmos talentos de antes.
Os camaroneses sequer foram para a última Copa, na Rússia, há quatro anos. Pior ainda, em 2010 e 2014, ocuparam as duas últimas posições na tabela, saindo sem qualquer vitória. Para 2022, porém, a esperança é limitada, ainda mais em um embolado grupo com Brasil, Sérvia e Suíça, equipes que facilmente brigam por vagas no mata-mata.
Para completar o drama, o retrospecto recente não tem sido dos melhores, com direito a duas derrotas seguidas em amistosos disputados em setembro, para a Coreia do Sul e para a modesta seleção do Uzbequistão – que sequer chegou a um Mundial na história. Na última Copa das Nações Africanas, em 2021, porém, os camaroneses chegarma no terceiro lugar.
Eliminatórias Africanas
Para chegar na Copa, a rota de Camarões não foi das mais fáceis. Entrando na segunda fase das eliminatórias, caiu no Grupo D, ao lado da forte seleção da Costa do Marfim. Mesmo com sufoco, passou com 15 pontos ganhos, dois a mais do que os rivais, garantindo assim uma vaga para a fase final.
O sorteio da terceira e decisiva fase colocou Camarões diante da Argélia em outro complicado duelo. No jogo de ida, em casa, derrota por 1 a 0. Na volta, encarando 35 mil torcedores rivais no estádio, venceu no tempo normal. Foi quando o improvável apareceu.
Faltando dois minutos para o fim da prorrogação, a Argélia empatou a partida com Touba. O gol dava a classificação para o time da casa e o estádio pulsava com a festa da torcida. No quarto minuto de acréscimo – ou seja, aos 124′ – Camarões encontrou um gol com Toko Ekambi e silenciou a todos para garantir uma milagrosa vaga no Mundial do Catar.
Melhor jogador
Em uma seleção de poucos destaques, como a de Camarões, as atenções acabam se voltando para os artilheiros. Lá na frente, Vincent Aboubakar e Karl Toko Ekambi dividem os holofotes sendo os atletas decisivos para o time, ainda que o goleiro Andre Onana também mereça destaque. Porém, por sua história no futebol europeu e pelo retrospecto na seleção, Aboubakar é o nome que prevalece.
Aos 30 anos, Vincent Ryan Aboubakar não está mais no cenário de destaque do futebol europeu e atua na Arábia Saudita, pelo Al Nassr. Apesar disso, fez seu nome no futebol francês e em grandes clubes de Portugal e Turquia, respectivamente.
O atacante começou a carreira em 2009, em seu país natal, atuando pelo Coton Sport. Não demorou muito e logo foi levado para a França, onde atual por Valenciennes e Lorient, sendo nesse último clube onde alcançou destaque. Em 2014, foi para o Porto e logo se consolidou, com 42 aparições e 17 gols nas primeiras duas temporadas. Apesar disso, foi emprestado logo depois para o Besiktas, da Turquia, onde fez 27 jogos e 12 gols.
De volta ao Porto em 2017, Aboubakar seguiu balançando as redes com frequência, com mais 41 jogos e 19 gols marcados. Em 2020, porém, foi vendido em definitivo para o Besiktas, onde não rendeu o esperado e saiu no ano seguinte rumo ao futebol árabe. Foi na seleção camaronesa, porém, que mais alcançou destaque.
Defendendo Camarões desde 2010, Aboubakar já fez 89 partidas por seu país natal, com 33 gols marcados e duas Copas do Mundo no currículo. Com muita força física e pouca habilidade com a bola nos pés, o camisa 10 camaronês é o capitão de seu time e também a grande esperança de gols em um complicado grupo do Mundial, ao lado de Brasil, Sérvia e Suíça.