A Copa América começa nesta sexta-feira com o jogo entre Brasil e Bolívia no estádio do Morumbi, em São Paulo, e a busca por um título que mudou poucas vezes de mãos nas últimas edições. Nos últimos 20 anos, por exemplo, somente Brasil, Colômbia, Uruguai e Chile tiveram a chance de erguer uma taça, enquanto que a Argentina viu a conquista escapar diversas vezes ao amargar quatro vice-campeonatos nesse período.

Os argentinos, aliás, não comemoram um título sequer desde 1993, ano da conquista da Copa América, no Equador. Então uma criança de seis anos naquela época, o atacante Lionel Messi é agora a esperança (mais uma vez) para tirar a equipe da fila. O camisa 10 é o líder da equipe e a principal estrela do torneio. Com o corte de Neymar, o craque do Barcelona se tornou até mesmo o nome mais caro do torneio, pois tem um valor de mercado de cerca de R$ 700 milhões, segundo o site especializado Trasfermarkt.

A novidade para a Copa América do Brasil, no entanto, não se trata da América do Sul. As convidadas asiáticas Japão e Catar integram o pacote das 12 equipes de olho em ganhar experiência. O país sede da próxima Copa do Mundo é o único elenco a ter todos os jogadores em atividade no próprio país e busca com a competição adquirir uma bagagem maior de confrontos contra nações de fora de Ásia.

Os japoneses miram um futuro mais próximo, mais precisamente 2020. O país sede da próxima Olimpíada veio ao Brasil com a equipe mais jovem da competição. A média de idade de 22 anos confirma o planejamento nipônico de ter parte desse elenco em atividade no torneio olímpico de Tóquio. Para completar o repertório, a equipe trouxe jogadores experientes como o atacante Okazaki, do Leicester City, da Inglaterra.

Quem não é da América do Sul e participa indiretamente do torneio é o México. O país da América do Norte disputou diversas edições anteriores da Copa América como convidado e tem a liga que mais cedeu jogadores convocados para as seleções da atual competição. Ao todo são 26 nomes cedidos para oito diferentes países participantes: só Brasil, Venezuela, Catar e Japão não “importaram” mexicanos.

O maior campeão da história do torneio, o Uruguai, conta com o elenco mais “internacional” do torneio. Somente um jogador atua no país. A situação é reflexo da capacidade em revelar jogadores e manter por muito tempo em alto nível vários remanescentes da campanha do último título, em 2011, quando nomes como Luis Suárez e Edinson Cavani se destacaram na conquista, obtida na Argentina.

Confira abaixo os detalhes de cada uma das seleções:

GRUPO A

Brasil – Mesmo sem Neymar, a equipe é uma das favoritas a ganhar o torneio. O técnico Tite manteve boa parte da base da última Copa do Mundo, principalmente os defensores. O craque do time deve ser o meia Philippe Coutinho, enquanto no ataque a aposta será em um novo trio: David Neres, Richarlison e Roberto Firmino.

Bolívia – O time trocou de técnico recentemente e aposta em Eduardo Villegas, trazido após ganhar o campeonato local pelo San José. Do elenco de 23 atletas, 20 atuam no próprio país. O time confia no goleiro Lampe, ex-Boca Juniors, e no atacante Marcelo Moreno.

Venezuela – Antigo saco de pancadas, o país reformulou o futebol a partir da base. Cinco jogadores que vão jogar a Copa América foram vice-campeões mundiais sub-20 em 2017, sob o comando do mesmo treinador da seleção principal, Rafael Dudamel. Grande parte do time atua na Europa e está junto há vários anos.

Peru – Depois de voltar a participar de uma Copa do Mundo, os peruanos confiam na manutenção do trabalho. O técnico argentino Ricardo Gareca continua no cargo, enquanto que o time aposta em jogadores bastante conhecidos do público brasileiro. Cueva, Trauco e, principalmente, Guerrero são os grandes destaques.

GRUPO B

Argentina – Com um treinador novato, Lionel Scaloni, a Argentina aposta em Lionel Messi para evitar um novo fracasso na Copa América. Após ser vice em 2015 e 2016, a equipe tem como ponto forte o setor ofensivo, apesar da defesa desorganizada. Nomes como Aguero e Di María impõem respeito aos adversários.

Colômbia – Com James Rodriguez e Falcao García, os “Cafeteros” têm uma equipe talentosa e bastante técnica. A base do elenco joga junta há anos e tem além do entrosamento, uma grande experiência obtida nas principais ligas europeias. A novidade para a Copa América é o treinador português Carlos Queiroz, ex-Real Madrid e Irã.

Paraguai – Depois de fracassar nas duas últimas Eliminatórias, a equipe teve um contratempo no início do ano ao ser surpreendida pelo pedido de demissão do técnico colombiano Juan Carlos Osorio. O argentino Eduardo Berizzo foi contratado. O craque do time é meia Miguel Almirón, do Newcastle. O capitão é o zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras.

Catar – O atual campeão asiático traz ao Brasil um elenco com média de idade de 25 anos, cuja missão é adquirir experiência para a próxima Copa, em 2022. A equipe é dirigida pelo espanhol Félix Sanchez e tem como destaque o atacante Almoez Ali, sudanês naturalizado catariano.

GRUPO C

Uruguai – O experiente técnico Óscar Tabárez, de 72 anos, conta com um time com muita bagagem. O zagueiro e capitão Diego Godín é uma referência na defesa, assim como Suárez e Cavani estão entre os nomes mais badalados do futebol europeu. No meio de campo, a equipe aposta na juventude de jogadores como Torreira, de 23 anos.

Equador – Após liderar as últimas Eliminatórias e decepcionar no fim, ao ser desclassificado, a equipe resgatou um antigo herói. O técnico Hernán Darío Gómez, responsável por levar o país à primeira Copa da sua história, retornou ao cargo para levar o time de volta aos bons momentos.

Japão – O foco está na Olimpíada. Dos 23 convocados, 18 têm idade para disputar os Jogos de Tóquio, no ano que vem. A equipe foi completada por alguns nomes da seleção principal como o goleiro Kawashima, o meia Shibasaki e o atacante Okazaki.

Chile – O vencedor das duas últimas edições vem ao Brasil em reconstrução. O técnico colombiano Reinaldo Rueda mescla ídolos do futebol local – como Arturo Vidal, Alexis Sánchez e Eduardo Vargas – a novos nomes revelados nos últimos anos. A perda da vaga na Copa da Rússia após anos de glória deixou feridas na seleção.