Dez seleções da América do Sul e seis convidados da Concacaf vão conhecer nesta quinta-feira (7) seus adversários na fase de grupos da Copa América-2024, em um sorteio que será realizado em Miami, nos Estados Unidos, o novo território futebolístico de Lionel Messi.

O sorteio da 48ª edição da Copa América (20 de junho a 14 de julho) terá início às 19h30, horário local (21h30 de Brasília), no centro de convenções James L. Knight Center, em Miami.

Escolhida para sediar a final do torneio, a cidade de sotaque latino vive uma febre futebolística sem precedentes desde a contratação de Messi pelo Inter Miami, no meio do ano.

O torneio de seleções mais antigo do mundo volta aos Estados Unidos oito anos depois da edição do Centenário e abre mais uma vez as portas às seleções da Concacaf, das quais a seleção anfitriã, México, Panamá e Jamaica já têm presença confirmada.

A Copa América dará início a uma sucessão de grandes eventos futebolísticos organizados pelo gigante norte-americano, que continuará com a Copa do Mundo de Clubes de 2025 e culminará com a Copa do Mundo de 2026, organizada juntamente com os vizinhos México e Canadá.

A chegada de Messi à MLS é mais um pilar desta estratégia de consolidação do futebol no maior mercado esportivo do mundo, embora o oito vezes vencedor da Bola de Ouro nesta altura tenha como objetivo fundamental os triunfos com a sua seleção.

O gênio da cidade de Rosário provavelmente disputará sua última Copa América e está determinado a fechar esse capítulo com chave de ouro defendendo o título conquistado em 2021 no território do eterno rival, o Brasil, no início de um ciclo vencedor da Argentina, que foi coroado com a Copa do Mundo do Catar-2022.

– EUA e México cabeças de chave –

No sorteio que será realizado nesta quinta-feira, as 16 seleções serão divididas em quatro grupos de quatro equipes cada.

A Argentina será cabeça de chave do Grupo A como atual campeã do torneio e o México do Grupo B como vencedor da Copa Ouro da Concacaf.

Os Estados Unidos, anfitriões e primeiros colocados no ranking da Concacaf, serão cabeças de chave do Grupo C, enquanto o Brasil, líder no ranking da Conmebol, do Grupo D.

No Pote 2 estarão Uruguai, Colômbia, Equador e Peru; o 3 terá Chile, Panamá, Venezuela e Paraguai, e o Pote 4 vai contar com Jamaica, Bolívia e duas equipes da Concacaf ainda a serem definidas.

Essas duas vagas virão das duas partidas da repescagem: o Canadá vai enfrentar Trinidad e Tobago enquanto Costa Rica vai jogar contra Honduras, no dia 23 de março.

Os dois primeiros colocados de cada grupo da Copa América avançam às quartas de final, que serão disputadas entre os dias 4 e 6 de julho.

As semifinais do torneio acontecerão nos dias 9 e 10, a partida valendo o terceiro lugar será no dia 13 e a grande final em 14 de julho, no Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins, da NFL, com capacidade para cerca de 65 mil espectadores.

– Uma “Pré-Copa do Mundo” com incógnitas –

Além da tentativa de Messi, que terá então 37 anos, de manter o título jogando em sua nova ‘casa’, a Copa América promete um grande número de tramas emocionantes, com a participação de nomes de destaque do futebol atual e algumas das seleções mais fortes do planeta em campo.

“Será um grande torneio com um nível importante e poderá ser como uma Pré-Copa do Mundo”, previu na semana passada o técnico do México, Jaime Lozano, que prefere não pecar pelo excesso de confiança por estar no primeiro pote.

“Ser cabeça-de-chave não te garante nada. Você vê os potes e são todos formados por seleções muito fortes (…) É uma bela oportunidade e um parâmetro importante para [a Copa do Mundo de] 2026”, destacou o homem que comanda ‘El Tri’, duas vezes vice-campeão neste torneio (1993 e 2001).

Inúmeras dúvidas ainda cercam a competição, que acontecerá em 14 estádios de 10 estados, e várias delas estão ligadas à Seleção Brasileira, a começar pela dúvida se o astro Neymar se recuperará a tempo após passar por uma cirurgia de ligamentos realizada em novembro.

Quem ocupará o cargo de técnico de algumas das principais seleções também é uma grande incógnita a ser resolvida no momento em que faltam seis meses para o jogo de abertura.

O Brasil, que atravessa uma fase delicada, pretende contar com o veterano italiano Carlo Ancelotti no comando quando o contrato do treinador com o Real Madrid se encerrar, em meados de 2024.

O Chile participará do sorteio sem o substituto definitivo de Eduardo Berizzo, enquanto a Argentina vive um suspense há duas semanas desde que seu técnico Lionel Scaloni deixou no ar uma possível despedida.

A expectativa é de que sua situação à frente da atual campeã mundial seja discutida em Miami com o presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia.

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