Confira as últimas notícias sobre a COP30, que acontece na capital paraense de 10 a 22 de novembro.Confira as últimas notícias sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontece na capital paraense de 10 a 22 de novembro. Entre 40 mil e 50 mil pessoas, incluindo chefes de Estado e de governo de quase 200 países, devem participar do evento para discutir medidas para uma maior proteção climática.
A adaptação às mudanças climáticas é um tema central em Belém. À medida que as economias, os ecossistemas e as comunidades começam a sofrer impactos climáticos mais frequentes e severos, há uma necessidade urgente de mitigar essas consequências.
Negociações da COP30 terminam sem menção aos combustíveis fósseis
As negociações climáticas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30) terminaram neste sábado (22/11) sem incluir em sua declaração final um plano vinculante para eliminar os combustíveis fósseis, principais causadores do aquecimento global.
Apesar de mais de 19 horas de negociações prolongadas ao longo da madrugada, os negociadores não conseguiram incluir a chamada "rota" de transição proposta pelo Brasil para gradualmente eliminar a queima de petróleo, carvão e gás, devido à pressão de países produtores de combustíveis fósseis. Apenas o termo "gases de efeito estufa" é citado no documento.
"Sei que a sociedade civil exigirá que façamos mais para combater as mudanças climáticas. Quero reafirmar que tentarei não decepcioná-los durante minha presidência", disse o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
Ele afirmou que o Brasil criará, ao longo do próximo ano, dois roteiros paralelos à declaração da COP30: um para a transição dos combustíveis fósseis e outro para acabar com o desmatamento.
Os cerca de 200 países que participaram da conferência adotaram apenas uma iniciativa voluntária, voltada a acelerar os esforços climáticos nacionais.
A conferência também concordou que as nações ricas devem aumentar significativamente o financiamento climático aos países mais pobres para ajudá-los a se adaptar aos efeitos do aquecimento global, com a meta de triplicar os fundos até 2035.
gq (DW, DPA)
COP30 entra na prorrogação em meio a disputa sobre combustíveis fósseis
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) deve prolongar as negociações depois que representantes de cerca de 200 países chegaram a um impasse sobre o projeto de acordo proposto pelo Brasil.
O encerramento do evento deveria ocorrer nesta sexta-feira, mas as tratativas, que acontecem a portas fechadas, continuam além do previsto.
O impasse se concentra na eliminação gradual dos combustíveis fósseis, que não foi citada no último rascunho da resolução. Mais de 80 países pressionam para que o texto final mencione um plano global para abandonar o uso de petróleo, carvão mineral e gás natural, principais fontes do aquecimento global.
A medida, porém, é contestada pelos países produtores de petróleo, e sua ausência no último rascunho foi considerada "inaceitável" pela União Europeia. O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Carsten Schneider, disse à DW que os negociadores ainda trabalham para chegar a um consenso.
Um incêndio que atingiu a Zona Azul do Parque da Cidade, local onde as tratativas acontecem, também atrasou o cronograma da conferência.
No começo do dia, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, fez um apelo aos delegados para chegarem a um acordo.
gq (DW, OTS)
PF identifica empresas clandestinas atuando na segurança da COP30
A Polícia Federal (PF) afirmou nesta sexta-feira (21/11) que identificou diversas violações processuais por parte de empresas de segurança privada que atuam na COP30, em Belém.
Segundo a corporação, uma série de inspeções realizadas nas últimas semanas identificaram que algumas companhias contratadas não preencheram a documentação exigida para atuar no evento e que "empresas clandestinas" prestavam serviços sem autorização.
As fiscalizações ocorreram no Parque da Cidade, principal espaço de negociações da cúpula, mas também em outros complexos como o Espaço Cúpula dos Povos e em um barco ancorado no Porto de Belém, utilizado para hospedagem de participantes da conferência.
"Como resultado das ações, foram lavrados quatro autos de infração, além do encerramento de duas empresas clandestinas que atuavam de forma irregular em polos da COP30", disse a PF.
Agentes ainda confiscaram detectores de metais e rádios de comunicação utilizados indevidamente por essas empresas e expediram notificações de adequação às normas do novo estatuto de segurança privada.
O estatuto estabelece diretrizes específicas para eventos em espaços de grande circulação, como a elaboração de projeto de segurança, definição de efetivo mínimo de vigilantes, análise de risco e controle de acesso ao público, diz a PF.
No início da cúpula, o chefe climático da ONU, Simon Stiell, havia reclamado ao Brasil sobre questões de segurança, falhas no ar-condicionado e infiltrações de água próximas a instalações elétricas durante fortes chuvas.
A conferência ficou marcada por incidentes nas últimas duas semanas, como um um incêndio em um estande da Zona Azul, a área oficial das negociações, e protestos que levaram a confrontos entre manifestantes e seguranças do evento. A PF também enviou agentes para investigar o fogo no pavilhão.
Em outra ação, agentes federais e as Forças Armadas registraram 2.270 drones operando sem autorização em zonas consideradas estratégicas, como o Aeroporto Internacional de Belém, o Parque da Cidade e a área do Porto Outeiro. Entre os dias 31 de outubro e 15 de novembro, mais de 180 tentativas de voo foram impedidas.
"O emprego de aeronaves remotamente pilotadas sem a devida permissão é considerado infração administrativa e pode configurar crime segundo a legislação penal e aeronáutica do país, sujeitando o responsável a penalidades civis, criminais e administrativas", diz a PF em nota.
gq (AFP, OTS)
UE rejeita rascunho da COP30 como "inaceitável"
A União Europeia (UE) classificou o rascunho apresentado pelo Brasil na cúpula climática como "inaceitável", por excluir qualquer referência a um plano para eliminar os combustíveis fósseis, responsáveis por mais de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.
O ministro do Clima da Dinamarca, Lars Aagaard, que lidera as negociações em nome do bloco europeu, criticou duramente o texto e disse que seria preferível não ter nenhum documento a ter um sem menção aos hidrocarbonetos.
"Estamos confrontando a realidade de um cenário sem acordo", declarou Aagaard à imprensa, antes de destacar que a redução das emissões globais é "fundamental". O ministro dinamarquês disse que a UE fará todo o possível para "reforçar a ambição pela mitigação" no documento.
Apesar do impasse, o dirigente rejeitou a ideia de abandonar a mesa de negociação neste momento.
O segundo rascunho apresentado pelo Brasil elimina a referência a um plano global para abandonar o uso de petróleo, carvão mineral e gás natural, principais fontes do aquecimento global. A ideia foi lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas enfrentou forte resistência do grupo de países produtores de petróleo.
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, fez um apelo para que os países destravem as negociações. "Se não chegarmos a um acordo e não implementarmos o que está no Acordo de Paris , todos vão perder", disse.
A sociedade civil também se opôs ao rascunho, visto como um retrocesso uma vez que a COP28, de Dubai, já havia apontado para a necessidade de transição, embora sem mencionar como ou quando.
O coletivo científico Observatório do Clima afirmou que o atual texto é "desequilibrado". "Os rascunhos apresentados são fracos nos pontos em que avançam e omissos [em relação aos combustíveis fósseis]."
Em nota, a diretora-executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, disse que a resolução é "praticamente inútil". "Contribui muito pouco para reduzir a lacuna de ambição de 1,5°C [de aquecimento] e para pressionar os países a acelerarem suas ações. Não há outra opção senão os países rejeitá-lo e devolvê-lo à presidência para revisão", disse.
gq (EFE, OTS)
Novo rascunho da COP30 exclui menção a combustíveis fósseis
Um dos pontos mais discutidos na COP30 deve ficar de fora das resoluções finais da cúpula climática. Na manhã desta sexta-feira (21/11), último dia oficial do evento, um novo rascunho de um acordo foi divulgado, sem qualquer menção a combustíveis fósseis.
No rascunho anterior, havia a proposta de desenvolver um plano global para abandonar o uso de petróleo, carvão mineral e gás natural, principais fontes do aquecimento global – promessa feita na COP28, há dois anos. Neste ano, a proposta foi defendida como ponto inegociável por alguns participantes .
Na quinta-feira, cerca de 30 países escreveram à presidência da COP30 alertando que não poderiam aceitar um acordo final que não incluísse um plano para abandonar os combustíveis fósseis, incluindo Colômbia, Alemanha, Quênia e países insulares.
O comissário europeu para o clima, Wopke Hoekstra, disse em comunicado que estava "decepcionado" com o texto mais recente, conforme relatou à AFP.
"Isso está muito longe da ambição que precisamos em termos de mitigação. Estamos decepcionados com o texto atualmente em discussão", afirmou.
Impasse
A ideia original da presidência brasileira da cúpula era angariar apoio para a criação de um grupo de trabalho que conduzisse um cronograma global de transição energética, como apontava o rascunho anterior.
A proposta, contudo, foi contestada por um grupo de nações, essencialmente produtoras de petróleo, como Arábia Saudita. Como é necessário um consenso entre as quase 200 nações nas negociações climáticas para chegar a um acordo, esse ponto acabou perdendo força, para que outros tópicos, como o financiamento para a adaptação climática, ganhassem força.
As divisões permanecem não apenas em torno dos combustíveis fósseis, mas também em relação a medidas comerciais e financiamento para que os países mais pobres se adaptem às mudanças climáticas e avancem para um futuro de baixo carbono.
O rascunho mais recente pede esforços globais para triplicar o financiamento disponível para ajudar as nações a se adaptarem às mudanças climáticas até 2030, em relação aos níveis de 2025.
No entanto, não especificou se esse dinheiro seria fornecido diretamente por governos ricos ou por outras fontes, incluindo bancos de desenvolvimento ou o setor privado.
Isso pode decepcionar as nações mais pobres que querem garantias mais fortes de que o dinheiro público será gasto nessa área.
sf/ra (AFP, Reuters)
Presidente da COP30 diz que incêndio no pavilhão afetará fim da conferência
Prevista para terminar nesta sexta-feira (21/11), a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, pode ser prorrogada por mais tempo para que as negociações alcancem o necessário consenso em torno das pautas climáticas em debate.
Essa é a constatação do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, que em entrevista à TV Brasil avaliou os impactos do incêndio em um estande da Zona Azul, a área oficial das negociações.
O fogo levou à suspensão temporária das atividades na sede da conferência ao longo da tarde desta quinta-feira. O local foi reaberto às 20h40, mas as sessões plenárias só serão retomadas nesta sexta. A área diretamente atingida pelo incêndio permanecerá isolada até o fim da COP30.
"Realmente, as coisas mudaram um pouco. Estamos trabalhando nas consultas dos grupos regionais, estamos trabalhando nisso online e por telefone", afirmou Corrêa do Lago, acrescentando que haverá negociações na Zona Azul na manhã e durante todo o dia desta sexta-feira. "Então, vamos ver até quando dura, você sabe que as COPs, em geral, duram mais do que o previsto. Estávamos querendo adiantar, mas vamos ver como fazer amanhã [sexta-feira]."
"Todo mundo já notou, com a cobertura de vocês, que as negociações são complexas, a geopolítica está difícil, questão financeira. Mas a gente está sentindo que há vontade de um resultado bom e ambicioso aqui em Belém", disse o embaixador.
Treze atendidos após inalarem fumaça
Treze pessoas foram atendidas por inalação de fumaça após o incêndio, ocorrido na tarde desta quinta-feira. De acordo com a organização da COP, o incêndio foi controlado em aproximadamente seis minutos, e as pessoas foram evacuadas com segurança.
A Zona Azul, onde fica o Pavilhão dos Países, foi fechada como medida de precaução, enquanto o Corpo de Bombeiros realizava uma avaliação completa de segurança. Já a Zona Verde permanece aberta e as atividades continuam conforme programado.
"Ação rápida evitou tragédia"
A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, lamentou o incêndio e disse que a ação rápida das equipes de segurança evitou uma tragédia maior.
"O fato de ter havido uma ação rápida e eficiente para evitar uma tragédia, com certeza assegura que fizemos um trabalho com todo o cuidado e respeito pela vida das pessoas. Ainda bem que não tivermos nenhuma tragédia", afirmou.
A ministra confirmou que os trabalhos devem ser retomados nesta sexta-feira, com a abertura das plenárias às 11h da manhã.
Segundo Marina, as negociações devem seguir a "pleno vapor" e não devem ser afetadas de maneira significativa.
"Embora o processo tenha tido uma interrupção devido ao incidente, ele volta à dinâmica em seguida, após a presidência da COP e a direção responsável pela infraestrutura terem tomado providências", afirmou.
md (Agência Brasil, ots)
Treze pessoas são atendidas após incêndio na COP
A organização da COP30 informou, em nota, que treze pessoas foram atendidas por inalação de fumaça após um incêndio que ocorreu na tarde desta quinta-feira (20/11) no Pavilhão dos Países. Segundo a nota, "seus estados de saúde seguem sendo monitorados e o suporte médico apropriado foi fornecido".
Ainda de acordo com a nota, o incêndio foi controlado em aproximadamente seis minutos, e as pessoas foram evacuadas com segurança.
A Zona Azul, onde fica o Pavilhão dos Países, foi fechada como medida de precaução, enquanto o Corpo de Bombeiros realizava uma avaliação completa de segurança. Já a Zona Verde permanece aberta e as atividades continuam conforme programado.
Incêndio atinge um pavilhão da COP30
Centenas de pessoas tiveram que sair às pressas de um dos pavilhões onde ocorre a Conferência do Clima (COP30) nesta quinta-feira (20/11) em Belém, devido a um incêndio, que começou por volta das 14h.
Cerca de meia hora depois, o ministro do turismo, Celso Sabino, disse que as chamas haviam sido controladas. O fogo ocorreu na zona azul, na área chamada de Pavilhão dos Países. Por precaução, a energia elétrica foi cortada. Não há registro de feridos.
De acordo com relatos, os participantes foram orientados a sair do lugar, de forma ordenada. Quando a retirada das pessoas começou, muitos não haviam entendido o motivo.
Toda a área foi isolada. Os participantes aguardam informação sobre se o evento será interrompido ou se as atividades dessa quinta serão mantidas.
As causas e a origem do incêndio ainda são desconhecidas, assim como a extensão dos danos. No momento, equipes de bombeiros e de segurança trabalham no rescaldo e monitoram a situação.
"O princípio de incêndio foi prontamente contido. O serviço de contingência aqui da organização do evento funcionou rapidamente, bombeiros militares, bombeiros civis. É procedimento padrão isolar a área, uma área repleta de saídas de emergência. E agora a decisão se vão isolar apenas o espaço onde houve esse princípio de incêndio e liberar os corredores onde estão ocorrendo as negociações ainda hoje ou só amanhã", disse Sabino a repórteres, ressaltando que técnicos e peritos avaliavam as causas do fogo.
A chamada Zona Azul, administrada pelas Nações Unidas, é onde se encontram as salas de reunião e os diversos pavilhões dos países e organizações internacionais que participam do encontro.
Algumas horas antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, deu uma entrevista coletiva na Zona Azul na qual incentivou os negociadores a chegarem a um acordo "equilibrado".
Os meses anteriores à celebração da cúpula foram marcados pelos graves problemas logísticos da capital paraense, devido à falta de infraestrutura e aos altos preços da hospedagem.
Já com a COP30 iniciada, a ONU enviou uma carta à Presidência brasileira queixando-se sobre alguns aspectos de infraestrutura onde ocorrem as negociações e pediu para aumentar o efetivo de segurança depois que um protesto de indígenas invadiu o recinto à força.
"É algo que poderia ocorrer em qualquer lugar do planeta. Não há possibilidade de cancelar a cúpula, que está sendo um sucesso. A COP terminará amanhã como está previsto", disse Sabino em declarações aos meios de comunicação.
(dw/efe)
Após fala sobre Belém, Merz espera ter boa conversa com Lula
O chanceler federal alemão, Friedrich Merz , minimizou a importância de sua fala sobre Belém que causou mal-estar nesta semana no Brasil e disse que espera ter uma conversa "totalmente descomplicada" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula do G20 na África do Sul, que começa no próximo sábado.
"Eu disse que a Alemanha é um dos países mais bonitos do mundo, e o presidente Lula provavelmente aceitará isso", ironizou o líder alemão em coletiva de imprensa com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, nesta quarta-feira (19/11) em Berlim.
Merz afirmou estar ansioso por novos encontros com Lula, com quem já teve um "encontro pessoal muito bom" na ocasião da Cúpula de Líderes, em Belém, ocorrida entre 6 e 7 de novembro. Ele ressaltou ter transmitido seus melhores cumprimentos ao líder brasileiro através do ministro alemão do Meio Ambiente, Carsten Schneider, que se encontrou com Lula no Brasil nesta quarta-feira.
Leia aqui o texto completo.
Turquia será sede da próxima COP
A Austrália cedeu a organização da 31ª Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP31), a COP31, à Turquia, embora mantenha um papel central ao presidir as negociações preliminares, uma decisão que desagradou as ilhas do Pacífico.
Conforme anunciado nesta quinta-feira (20/11) pelo primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, o país organizará uma reunião pré-COP no Pacífico, um compromisso para manter as vozes dessas nações na agenda climática, mesmo que a cúpula seja realizada fora da região.
"Isso nos permitirá convidar líderes mundiais para abordar as questões que esta região enfrenta, incluindo a existência de Estados insulares como Tuvalu e Kiribati, e a proteção de nossos oceanos. É um resultado excelente", disse Albanese, parabenizando o ministro australiano do Clima, Chris Bowen, por seu papel nas negociações.
Após dias de negociações, os dois países que disputavam a sede da conferência do próximo ano acordaram uma organização conjunta: a Turquia acolherá o evento e a Austrália organizará a agenda e liderará as negociações até à realização da cúpula, segundo a agência nde notícias EFE.
Em entrevista coletiva, Bowen explicou o acordo com a necessidade de não deixar a cúpula do clima "sem liderança durante 12 meses", o que aconteceria caso as negociações fracassassem, considerando as regras das COP, que exigem um consenso para designar os países anfitriões.
A decisão gerou descontentamento entre líderes do Pacífico, como os da Papua Nova Guiné e de Tuvalu, que acreditam que ela reflete uma falta de comprometimento com a crise climática, segundo reportagens da mídia australiana e neozelandesa publicadas nesta quinta.
A Austrália promoveu sua candidatura como uma "COP do Pacífico", em aliança com nações insulares, para destacar a ameaça representada pela elevação do nível do mar e eventos climáticos extremos para esses países.
Os pequenos Estados insulares do Pacífico, cujos territórios, modos de vida e até mesmo a sobrevivência estão ameaçados pelo avanço das mudanças climáticas, viram a COP como uma plataforma crucial para enviar uma mensagem urgente ao mundo.
As nações no centro do problema – Tuvalu, Kiribati, Ilhas Marshall e outros atóis do Pacífico – já estão sentindo os sintomas: inundações costeiras mais frequentes, intrusão de água salgada que destrói aquíferos e solos agrícolas, erosão acelerada e eventos extremos que destroem infraestrutura e casas.
md (Lusa, EFE)
Chile poderá perder suas geleiras até o final do século
As geleiras, a última linha de defesa contra as secas recorrentes no Chile , contribuirão com metade da água que fornecem atualmente até 2100, perdendo assim sua capacidade de mitigação caso o país sofra outra megasseca como a que assola o país há 15 anos.
A conclusão é de um estudo realizado pelo Instituto Federal Suíço de Pesquisa Florestal, da Neve e da Paisagem (WSL), juntamente com o Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA) e o Centro de Estudos Avançados em Zonas Áridas do Chile.
"O aumento das temperaturas projetado para este século fará com que as geleiras percam mais massa do que ganhem. Em outras palavras, elas recuarão constantemente ao longo do século", explicou o pesquisador Álvaro Ayala do WSL.
Segundo o estudo, se uma seca como a atual afetar o país em 2100, as grandes geleiras no sul dos Andes, na região central do Chile e na Argentina só poderão contribuir com metade da água que fornecem atualmente, perdendo entre 50% e 80% do seu volume atual.
A situação das geleiras menores, não incluídas neste estudo, provavelmente será ainda mais grave, podendo até mesmo desaparecer completamente.
rc (DW)
Merz não vai se desculpar sobre fala a respeito de Belém
O chanceler federal alemão, Friedrich Merz , não se desculpará por sua controversa declaração sobre Belém e não vê nenhum dano às relações da Alemanha com o Brasil, informou um porta-voz do governo nesta quarta-feira (19/11).
Segundo o porta-voz Stefan Kornelius, o premiê não teria expressado "desagrado" ou "repulsa" por Belém quando afirmou, logo após voltar de uma viagem à capital do Pará, que os jornalistas alemães que o acompanhavam na COP30 "ficaram contentes" em deixar Belém e retornar à Alemanha.
"Permitam-me acrescentar algo a esta frase que agora é apresentada de forma incriminatória", afirmou Kornelius, destacando que a declaração controversa de Merz "dizia essencialmente respeito ao desejo da delegação de voltar para casa após um voo noturno muito cansativo e um longo dia em Belém".
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Ucrânia cobrará indenização bilionária da Rússia por danos climáticos da guerra
A Ucrânia cobrará 43 bilhões de dólares em compensação climática da Rússia pelas emissões de gases causadas pela invasão, anunciou nesta terça-feira (18/11) o vice-ministro da Economia, Meio Ambiente e Agricultura ucraniano, Pavlo Kartashov.
Em um evento no âmbito da COP30 em Belém, o vice-chefe da pasta ambiental ucraniana advertiu que o clima "também é uma das vítimas da guerra", pois, após três anos de guerra, foram emitidas 237 milhões de toneladas de carbono na atmosfera, o equivalente às emissões anuais da Áustria, Bélgica e Irlanda juntas, de acordo com um comunicado.
"As enormes quantidades de combustível queimado, florestas incendiadas, edifícios destruídos, o cimento e o aço utilizados: todas essas coisas são essencialmente ‘carbono de conflito’ e têm um custo climático considerável", disse Kartashov.
Esse pedido responde a uma resolução da Assembleia Geral da ONU de novembro de 2022, na qual se exigiu à Rússia o pagamento total dos danos causados pela sua agressão à Ucrânia. A Ucrânia ampliou a exigência para incluir explicitamente os danos climáticos como parte da devastação.
cn (EFE)
Em mutirão na COP30, países ricos e em desenvolvimento pedem rota para fim dos fósseis
Uma aliança de países ricos e em desenvolvimento a favor de um prazo para o abandono dos combustíveis fósseis se formou em Belém na 30ª Conferência da ONU sobre o Clima, a COP30.
Anunciada nesta terça-feira (18/11) pela ministra de Meio Ambiente das Ilhas Marshall, Tina Stege, o grupo diz ter reunido a assinatura de 16 países até agora, mas espera contar com o apoio de 80.
No palco de uma das salas reservadas para coletivas de imprensa, os ministros disseram estar trabalhando em mutirão. A palavra, colocada pela primeira vez no contexto das negociações climáticas pelo embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, presidente da COP, significa "fazer junto", e seu espírito parece ter "pegado" entre os líderes.
A coalizão pede que a conferência no Brasil entregue um mapa indicando a rota de saída da dependência dos combustíveis fósseis. É a sua queima que, nos últimos duzentos anos, tem despejado em maior quantidade gases de efeito estufa que aceleram as mudanças do clima.
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Lula rebate Merz e diz que "Berlim não oferece 10% da qualidade" de Belém
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta terça-feira a declaração do chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz , que comparou desfavoravelmente o Brasil com o seu país durante um discurso em um evento na semana passada.
Em seu discurso, Merz enalteceu a "beleza" da Alemanha e disse que jornalistas que o acompanhavam na ocasião da Cúpula de Líderes, realizada em Belém antes da COP30, ficaram "contentes" em retornar à Alemanha ao final do evento.
Ao discursar durante um evento no interior de Tocantins, Lula afirmou que Merz deveria ter aproveitado a cultura e a culinária do Pará durante sua passagem pela COP30, e disse que a capital alemã, Berlim, não oferece 10% da qualidade de Belém.
"O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: 'ah eu fui em Belém, mas voltei logo porque eu gosto mesmo é de Berlim'. Ele, na verdade, deveria ter ido em um boteco no Pará, deveria ter dançado no Pará, ele deveria ter provado a culinária do Pará, porque ele ia perceber que Berlim não oferece para ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará e a cidade de Belém. E eu falava toda hora, coma maniçoba", disse o presidente.
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rc (ots)